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Funai confirma morte de último membro de etnia indígena dizimada na década de 1990

Conhecido como "índio do buraco", pela rotina de escavações há quase 20 anos, homem teria morrido de causas naturais e foi encontrado já sem vida por servidores do órgão federal

Por Portal Eu, Rio! em 28/08/2022 às 16:40:02

Etnia à qual ele pertencia contava com poucos integrantes e sofreu ataques a partir dos anos 80. Foto: Acervo Funai

A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que morreu na última terça-feira (23) o indígena que vivia isolado na Terra Indígena Tanaru, em Rondônia. Conhecido como “índio do buraco”, o homem era o último remanescente de uma etnia não identificada que foi massacrada na década de 1990.

O indígena era monitorado há 26 anos pela Funai. Segundo a fundação, o corpo do homem foi encontrado dentro da rede de dormir na palhoça onde vivia pela equipe da Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé. Foi realizada perícia pela Polícia Federal, com a presença de especialistas do Instituto Nacional de Criminalística de Brasília e apoio de peritos criminais de Vilhena (RO). A análise foi acompanhada por servidores da Funai.

Segundo a fundação, não havia sinais de violência no local. “Os pertences, utensílios e objetos utilizados costumeiramente pelo indígena permaneciam em seus devidos lugares. No interior da palhoça havia dois locais de fogo próximos da sua rede”, diz a nota do órgão. De acordo com a Funai, que lamentou profundamente a perda, a morte, aparentemente, ocorreu por causas naturais.

Os índios isolados que viviam na região foram alvos de diversos ataques durante as décadas de 1980 e 1990. Assim, o grupo, que já era pequeno, acabou dizimado, deixando como único sobrevivente o homem, que tinha como característica marcante escavar buracos dentro das palhoças onde vivia.

A Funai realizou algumas tentativas de contato com o indígena até ficar claro que ele não queria a aproximação. Então, desde 2005, ele passou a ser apenas monitorado pelas equipes do órgão. Os servidores, eventualmente, deixavam ferramentas e sementes nos locais por onde o homem passava.

O massacre desse grupo de indígenas foi tema do documentário "Corumbiara", lançado em 2009 e dirigido por Vincent Carelli. O diretor tem a carreira dedicada a contar a trajetória dos povos originários no Brasil, por meio do projeto Vídeo nas Aldeias, onde há o envolvimento das próprias etnias na produção das obras cinematográficas, e é realizado desde 1986.

Fonte: Agência Brasil

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