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TV 3.0, futuro das emissoras abertas, promete cheiro, frio, vento, calor e realidade estendida

Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense estuda televisão imersiva, capaz de levar o usuário a mergulhar

Por Portal Eu, Rio! em 30/09/2022 às 08:48:09

TV Digital terrestre, em fase de estudo para implementação daqui a três anos no País, prevê serviços capazes de ampliar a percepção do público além dos limites da telinha. Foto: Divulgação

Já imaginou assistir a um filme na televisão de casa e sentir o cheiro do perfume de um personagem? O frio de um ambiente coberto por neve onde o repórter faz a cobertura de um evento? Ou o abalo sísmico provocado por um terremoto do outro lado do mundo? Essas e outras sensações passarão a ser realidade para o telespectador em um futuro próximo. É o que promete o lançamento da TV 3.0, a futura geração do sistema brasileiro de TV digital aberta, que está sendo especificada pelo Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre - Fórum SBTVD.

A Universidade Federal Fluminense tem sido protagonista nesse processo através de uma parceria com o Fórum SBTVD, sendo proponente de uma nova tecnologia para TV imersiva, chamada NCL 4.0. Quem está à frente desse trabalho é a professora do Instituto de Computação da UFF e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, Débora Christina Muchaluat Saade.

Coordenando projetos de pesquisa financiados pela FAPERJ, CNPq e CAPES, a professora investiga e desenvolve novas tecnologias para TV imersiva, em que o telespectador pode ter uma experiência mais rica, integrando a programação da emissora de TV aberta com a possibilidade de renderização de efeitos sensoriais, como luz, aroma, vento, calor, frio, etc. Além disso, permitindo interação através de voz e gestos, e o suporte a múltiplos usuários, personalizando a programação aos interesses dos telespectadores.

Para Débora, “o futuro sistema oferecerá diversas facilidades ao telespectador; entre elas, reuso de frequências de transmissão, integração mais facilitada entre transmissão por radiodifusão e pela internet, além de serviços inovadores, como experiência baseada em aplicações, conteúdo personalizado, interface de usuário avançada, suporte a múltiplos usuários, efeitos sensoriais, realidade estendida, entre outras”, explica.

A previsão é de que a qualidade da informação audiovisual seja altíssima, podendo chegar a 8K para resolução de vídeo com áudio imersivo. Além disso, exibições multissensoriais, disponíveis atualmente nos cinemas 4D com custo alto, estarão acessíveis. Outra vantagem é que os serviços interativos utilizados normalmente através de um computador ou smartphone poderão ser facilmente ofertados pela TV, ampliando o acesso à informação confiável para a sociedade.

O sistema deverá estar totalmente especificado com normas ABNT em 2024, estando disponível para o público a partir de 2025. O acesso será livre e aberto, similar ao que ocorre atualmente na TV aberta. Será necessário adquirir novos receptores ou conversores de TV digital, já que o futuro sistema não será compatível com o atual. De acordo com a professora, o processo de transição é lento e deverá acontecer de forma gradual: “o sistema de TV digital aberta atual se tornará obsoleto quando a migração para o futuro sistema for concluída, o que deve ainda demorar. Isso está acontecendo atualmente com a TV analógica antiga, que será definitivamente desligada no fim de 2023, completando 16 anos desde a primeira transmissão do sistema de TV digital atual realizada em 2007, na cidade de São Paulo.

A professora destaca ainda que a TV 3.0 prevê um sistema multiusuário, no qual cada telespectador poderá ser reconhecido pela emissora visando o oferecimento de serviços personalizados, o que será possível através de informações coletadas de cada telespectador através do seu receptor de TV. “Com isso, fica bastante evidente a questão da privacidade dos dados, que precisa ser considerada e respeitada pelo novo sistema, satisfazendo a Lei Geral de Proteção de Dados vigente no país, para que não cause nenhum dano aos usuários”, enfatiza.

Fonte: Universidade Federal Fluminense

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