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Ex-Vasco e Fluminense, Wellington Monteiro fala de bastidores do mundial do Inter

Por Robson Machado em 20/12/2018 às 16:07:24

Wellington Monteiro e Ronaldinho: volante perturbou rival sobre perfume que usava (Foto: Arquivo pessoal)

"Hoje não posso. Tenho treino funcional!" Foi dessa forma que Wellington Monteiro respondeu ao primeiro convite do portal Eu, Rio! para nossa entrevista. Mesmo de férias com a família no Rio de Janeiro, o volante campeão mundial interclubes com o Internacional-RS, em 2006, não se descuida da forma física. Aos 40 anos de idade, Monteiro segue em plena atividade. Nessa entrevista exclusiva, concedida somente após o nosso segundo convite, o atleta falou sobre a longevidade no futebol e nos contou curiosidades dos bastidores da conquista do Mundial com o Inter.
Eu, Rio!: Como foi ter a incumbência de marcar Ronaldinho Gaúcho numa decisão de Mundial? O que aconteceu dentro de campo, que a TV não mostrou?

Wellington Monteiro: A determinação do Abel Braga era que jogássemos na bola, sem machucar ninguém. Então eu tive que usar algumas estratégias (risos). Conversei muito com o Ronaldinho, durante a partida. A ideia era distraí-lo. (mais risos).

ER: E sobre o que vocês conversavam dentro de campo?

WM: Eu brincava com ele, dizendo: dá uma segurada aí, pô. Você já ganhou tudo na vida . Deixa essa pra gente. Num tom de brincadeira, perguntei até qual era o perfume que ele estava usando. Disse que eu havia gostado do cheiro...

ER: E ele?

WM: Ele falou que não ia deixar de jogar, mas que estava difícil, porque nossa marcação estava muito forte.

ER: E sobre o perfume?

WM: (risos) Ele disse que achava o cheiro doce. Daí eu disse: Poxa, é desse que eu gosto! Marcar o homem não era fácil não.

ER: E quando a partida acabou. Inter 1 x 0 Barcelona. Qual foi a sensação de se tornar campeão mundial interclubes?

WM: Lá no Japão, a agente ainda não tinha a noção do que era ser campeão do mundo. Nós só entendemos direito quando chegamos a Porto Alegre. Foi aí que a ficha caiu. Ah, e lá no Japão, quando o jogo acabou, o Ronaldinho veio nos cumprimentar, dizendo que nossa vitória tinha sido merecida.
ZAGUEIRO NETO, DA CHAPECOENSE. UM GRANDE AMIGO!
Depois de conquistar o mundo com o Inter, Wellington Monteiro rodou bastante. Fluminense, Goiás, Linense -SP, Guarani de Campinas, Audax do Rio e Guarani de Venâncio- RS. Já havia passado pelo Vasco, antes do Inter. Em 2016, o volante chegou ao União Francisco Beltrão. O acerto com o clube paranaense se deu depois de uma conversa com o zagueiro Neto, sobrevivente do acidente com o avião da Chapecoense e amigo muito próximo de Wellington.

EU, RIO!: Foi mesmo o zagueiro Neto que te estimulou a disputar uma terceira divisão com a equipe do União?

Wellington Monteiro: Conversando com o Neto, ele me perguntou se eu jogaria no União. Eu disse que sim. Na ocasião, o clube não tinha muitos recursos financeiros. Daí, os torcedores do Inter que vivem na cidade de Beltrão (onde fica o clube União Francisco Beltrão) se juntaram para viabilizar financeiramente a contratação. Isso só faz quem é colorado. O gesto dos torcedores e do clube aumentou ainda mais a minha responsabilidade.

E deu certo. Com o União, Wellington Monteiro conquistou o título da terceira divisão do Campeonato Paranaense em 2016 e o vice -campeonato da segunda divisão em 2017. Como capitão da equipe, o volante comandou a meteórica ascensão do clube, saltando da terceira para a primeira divisão em apenas 2 anos.

Vitorioso no futebol paranaense, Wellington Monteiro retornou esse ano ao Rio Grande do Sul. No Clube Esportivo Lajeadense, disputou a divisão de acesso do Campeonato Gaúcho. Mesmo atuando no meio de jovens atletas, o volante se impôs fisicamente e, mais uma vez, envergou a braçadeira de capitão da equipe. O desempenho físico se explica pelo fato do cara não abrir mão do condicionamento físico. "Quando está de férias aqui no Rio, o Wellington treina com a gente 3 dias na semana. A concentração dele é de atleta campeão mundial. Ele tem um condicionamento físico invejável", avalia o personal trainner Leo Paiva, que cuida do jogador durante o período de férias.

Mesmo elogiando bastante o Lajeadense, clube que defendeu nesta temporada 2018 e que ele afirma dispor de uma bela estrutura, Wellington Monteiro ainda não sabe qual camisa vai vestir em 2019. O certo, é que a aposentadoria ainda não vai ser agora. "As chamas ainda estão acesas. O prazer de jogar futebol hoje é o mesmo de quando eu tinha 10 anos de idade, jogando aquela peladinha na rua, onde o gol eram dois chinelos. Só vou parar depois que perder esse prazer. Quero ir até os 42, 43... Panela velha é que faz comida boa", conclui o volante.

Mesmo nas férias, treino funcional pesado com os personais. Foto: arquivo pessoal.


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