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PM fornece mão de obra para a milícia, diz Ministério Público

Principal milícia do Rio, Liga da Justiça receberia apoio e encobertamento

Por Mario Hugo Monken em 21/12/2018 às 11:09:21

Reprodução de internet

A Polícia Militar fornece mão de obra para milícia para apoio e acobertamento, segundo denúncia do Ministério Público Estadual que resultou nesta semana em uma operação para prender 97 suspeitos de pertencer à Liga da Justiça, maior grupo paramilitar do Rio de Janeiro.

Segundo a denúncia, a corporação não "faz qualquer combate efetivo a tal modalidade de atuação criminosa e que os milicianos não temem a repressão do policiamento ostensivo".

Entre os denunciados pela Promotoria desta vez há um policial militar mas um outro PM, que não estava na lista, foi preso suspeito de vazar informações da operação para o grupo paramilitar através de mensagens de um aplicativo de celular.

Procurada pelo Portal Eu Rio para comentar sobre a denúncia do Ministério Público, a  assessoria de Imprensa da Polícia Militar informa que o comando da Corporação não compactua com possíveis abusos de autoridade e desvios de conduta por parte de seus policiais, punindo assim exemplarmente, quando comprovados os atos, todos os envolvidos em tais episódios. A corporação destaca que no ano de 2018 foi criado o Grupo de Atenção às Milícias, que é mais um braço do Núcleo de Operações de Inteligência (NOI) da Polícia Militar no combate direto a esses grupos. A PM ressalta ainda que a Corregedoria Interna disponibiliza o telefone (21) 97598-4593 para contato da população, inclusive através do aplicativo de mensagens WhatsApp.

Aliança com o tráfico e com contraventores
 
De acordo com o MP, a Liga da Justiça firmou pactos informais de conveniência empresarial e de apoio armado e suporte logístico, com empréstimo de tropas” e executores com bandos ligados à contravenção do jogo clandestino e ao tráfico de drogas e armas.

A investigação revela que o bando possui franquias, formadas por organizações menores, principalmente na Baixada Fluminense e na Região Costa Verde fluminense.

Segundo o documento, na capital, as áreas dominadas pela milícia comandada por Wellington da Silva Braga, o Ecko, são as comunidades do Aço, Rola e Antares, em Santa Cruz, na Zona Oeste, Três Pontes, em Paciência, na mesma região, Conjunto Campinho, em Campo Grande, também na Zona Oeste, e no Morro do Fubá, no Campinho, na Zona Norte.

Relata a Promotoria que há milicianos atuando em via pública como soldados e executores diretos, em sistema de rodízio, de extorsões a incontáveis comerciantes e empresários estabelecidos ou atuantes nas áreas sob influência da organização criminosa, além de praticar atos de violência e ameaças contra desafetos e vítimas do esquema.

A operação para desarticular a milícia resultou em 27 presos, dez armas de fogo apreendidas (três fuzis e sete pistolas), diversos carregadores de calibre restrito e munições, radiotransmissores, R$ 28 mil, dez caixas de cigarros contrabandeados, duas motocicletas, vários fardamentos das Forças Armadas e camisas das polícias Civil e Militar.
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