A parlamentar estava em um carro blindado, um Toyota Corolla Branco de sua propriedade. Em entrevista coletiva após ter um motorista baleado, a deputada disse ter comprado o carro por ter recebido relatos de ameaças por milicianos desde novembro do ano passado.
A deputada afirmou ter sido informada, por meio do Disque Denúncia, que seria alvo de milicianos. "Recebi uma notícia do Disque Denúncia, precisamente três, de uma ameaça dirigida a mim. Um segmento da milícia planejava atingir algumas autoridades, e o meu nome vinha especificado neste Disque Denúncia", declarou.
Ex-chefe da Polícia Civil do estado, Martha Rocha diz ter falado pessoalmente com Rivaldo Barbosa (chefe da Polícia Civil até o fim do ano passado), com Gilberto Ribeiro, também da Polícia Civil, e com o presidente da Assembleia Legislativa, André Ciciliano (PT-RJ). Segundo ela, Ciciliano a acompanhou em uma reunião com o general Braga Neto, na época interventor federal na segurança do Rio.
A parlamentar disse que naquele momento preferiu não pedi escolta pessoal, mas pediu à Polícia Civil "uma análise de risco". "Eu não pedi escolta, porque o que eu desejava naquele momento era uma análise de risco para saber se [as ameaças] Disque Denúncia tinha ou não fundamento", explicou.
Martha Rocha relatou ter tido conhecimento das primeiras ameaças no início de novembro. "Isso foi no início de novembro e, quando chegou no final do ano, nós devolvemos o carro [oficial] e, em razão [das informações] do Disque Denúncia, eu comprei um carro blindado", comentou. "O carro em que eu estava hoje era de minha propriedade, blindado e que foi comprado a partir dessas notícias, levando em consideração o fato de que já havia três denúncias".
Os tiros contra o carro em que estava a deputada ocorreu na manhã de hoje na Penha, zona Norte da cidade, quando ela se dirigia à missa acompanhada da mãe. O carro em que estava foi interceptado por um utilitário branco. Um homem com "touca ninja" e fuzil desceu do veículo e atirou.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da capital (DH) e pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). A polícia trabalha com duas linhas de investigação: tentativa de assalto ou atentado.
Ministério Público
Em nota, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, lamentou o ataque. Segundo o texto, o atentado "configura-se num ato de extrema gravidade, sobretudo por tratar-se, mais uma vez, de uma parlamentar, o que representa uma tentativa de intimidação e ameaça ao Estado Democrático de Direito".
O procurador-geral manifestou solidariedade à deputada e a seu motorista, que saiu ferido do crime. Ele esclareceu que acompanhará, com rigor, a condução das investigações policiais e pôs à disposição das autoridades estaduais as equipes de investigação do Ministério Público para a "completa elucidação do caso da forma mais célere possível, como exige a gravidade da situação".
Governador
O governador Wilson Witzel afirmou que a linha inicial de investigação é a de tentativa de latrocínio, mas acrescentou que a possibilidade de atentado não está descartada.
Em nota, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou que determinou que os esforços da polícia sejam concentrados na elucidação do crime e que episódios como este em que criminosos colocam em risco o direito de ir e vir dos cidadãos serão punidos de maneira exemplar.
Alerj
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) destacou em nota que considera extremamente grave o ataque contra Martha Rocha e seu motorista. O presidente em exercício da casa, André Ceciliano, conversou com o governador sobre o caso. A Alerj destacou ainda que espera que o caso seja apurado com urgência para prisão e punição dos responsáveis.
Fonte: com informações da Agência Brasil