"Muito triste, porque aquilo ali não era apenas um muro comum. Ali, juntos, unimos nossa força para, de alguma forma, protestarmos pela paz, pela esperança e, principalmente, pelo amor ao próximo!" Este é o desabafo de uma das alunas vítimas do massacre ocorrido na Escola Tasso da Silveira, diante do ato de vandalismo praticado contra o memorial construído em homenagem às 12 crianças brutalmente assassinadas no atentado que entrou para história. A destruição de parte do memorial construído pelos próprios alunos da escola chocou pais das vítimas e sobreviventes da tragédia.
Em abril de 2011, Wellington Menezes de Oliveira, um ex-aluno da unidade, na época com 23 anos de idade, invadiu a escola Tasso da Silveira, localizada em Realengo, zona oeste do Rio, e disparou contra os alunos. Um policial militar entrou na escola e deteve o atirador, que acabou morrendo. Mas antes, Wellington conseguiu matar 12 alunos e ferir outros 10. A tragédia abalou o país e a história correu o mundo.
Em 2015, as vítimas do massacre ganharam um memorial. Na Praça Anjos da Paz, bem próxima à escola, foram fixadas doze esculturas, em referência às 12 crianças mortas no atentado. Além das esculturas, uma parede que começa na escola foi estendida até a praça e revestida com azulejos, para que os alunos pudessem escrever ali homenagens aos colegas que partiram e mensagens de paz. No último domingo (13), atearam fogo junto a essa parede, destruindo parcialmente o memorial.
Taís dos Santos Monteiro, hoje com 22 anos de idade, é uma das sobreviventes do massacre na Tasso da Silveira. É dela o desabafo no início dessa reportagem. Em entrevista exclusiva ao Eu, Rio!, a menina que, aos 14 anos de idade esteve diante do assassino Wellington Menezes e sobreviveu, falou mais sobre a dor de ver o memorial destruído. "Era um lugar para gente ter paz, para a gente se lembrar do que aconteceu e ter a esperança de que não vai acontecer mais, e a gente encontra o memorial daquela forma", lamentou a sobrevivente do massacre.
Nossa reportagem também ouviu Adriana Silveira, mãe da aluna Luiza Paula, vítima fatal no massacre. Muito emocionada, Adriana, que há oito anos luta para manter viva a memória da filha e das outras 11 vítimas, fez um apelo. "Nós temos que dar as mãos para lutar e gritar por menos violência. Não é possível que não se respeite uma história como essa. O que pedimos é só paz, paz e paz", desabafou Adriana.
A coordenação da Escola Tasso da Silveira já esteve na delegacia para relatar o ato de vandalismo. A polícia busca pistas que ajudem a identificar quem colocou fogo junto ao memorial. O caso vai ser investigado pela 33ª DP, em Realengo.