A celulite infecciosa surge quando bactérias do tipo Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes conseguem penetrar na pele. Feridas cirúrgicas, cortes e picadas que não foram corretamente tratadas; pessoas com eczema, dermatite ou micose; diabéticos; e pessoas com sistema imune enfraquecido, têm maior risco de desenvolverem um caso de celulite bacteriana.
Sempre que houver suspeita de uma infecção na pele é muito importante procurar o pronto-socorro, para ter diagnóstico correto e iniciar tratamento adequado, que geralmente é feito com o uso de antibióticos.
Uma ferida na pele pode ser a porta de entrada para uma infecção. Pode ser um machucado pequeno, um trauma, uma frieira. As causas mais comuns são lesões na pele próximas ou à distância, que vão servir de porta de entrada para as bactérias. Em pele íntegra, a bactéria não consegue penetrar, ressalta o Dr. Alberto Chebabo, infectologista do hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O médico explica que os membros inferiores são os mais acometidos pela celulite, seguido da face e dos membros superiores. "Membros inferiores, casos de micoses entre os dedos, lesões nos pés de pessoas com doenças associadas, diabetes e alterações vasculares dos membros inferiores, como insuficiência venosa ou arterial, têm maior chance de terem uma infecção. Pacientes diabéticos em estágios mais avançados apresentam menor sensibilidade à dor", relata o médico. "Assim, um machucado que ele nem viu, nem sentiu, torna-se uma porta de entrada", conclui. Já na face, o risco de contrair a celulite poder vir de um machucado no nariz ou uma lesão de couro cabeludo, por exemplo.
"Eu disse para ele passar mertiolate na ferida, mas nem isso ele fez", conta a mãe de Eduardo Marinho, 19, que teve uma celulite infecciosa na perna após uma partida de futebol. Grace diz que o filho ficou internado por quatro dias em um hospital da rede privada, porque contraiu a bactéria. Porém a história de Eduardo não começou no corte da "pelada", segundo o médico do pronto atendimento. Decorreu de um pelo encravado na perna, que foi a porta de entrada da celulite infecciosa. Sintomas como vermelhidão intensa, inchaço, dor, e pele muito quente, são manifestações clínicas da doença.
"Eduardo procurou um serviço de urgência porque o tornozelo começou a inchar muito, sentia uma dor horrível que queimava, que parecia que tinha fogo por dentro. Fez alguns exames no hospital, identificaram a bactéria, disseram que era um quadro de celulite infecciosa. Receitaram antibiótico, liberaram o rapaz e recomendaram que se tivesse febre, que retornasse à emergência. Ele retornou ao atendimento médico após dois dias. Continuava tratando em casa e o tornozelo só piorando. Quando voltou ao hospital, já não aguentava colocar o pé no chão. O tornozelo estava bastante inchado, nenhum remédio passava a dor. Quando chegou na emergência com esse quadro, os médicos examinaram a perna dele e o internaram. Eles explicaram que essa bactéria é muito resistente, perigosa. Tinha que ficar em observação, porque no caso dele o antibiótico que estava sendo administrado não estava surtindo efeito. Ele teve que ficar internado para os médicos acertarem o antibiótico e estabilizarem o quadro infeccioso", relata Grace.
O tratamento para os casos graves de celulite é com antibiótico venoso. Nos casos mais brandos, sem sinais de toxemia e intolerância gastrointestinal, a medicação antibiótica é feita por via oral, num período de 10 a 14 dias.