Enel e Light são alvos de reclamações dos consumidores

O calor não só aumentou as temperaturas, mas também o valor das contas de energia. Pelo menos, é o que muitos usuários do estado do Rio têm percebido nas suas faturas. Em alguns casos, o consumo detalhado triplicou e, consequentemente, elevou o preço para os consumidores.

Embora a previsão de reajuste para 2019 fosse menor do que nos anos anteriores, na prática e no bolso dos usuários isso não aconteceu. A dona de casa Joselma Firmino, moradora do bairro do Lins de Vasconcelos, na Zona Norte carioca, conta que em janeiro foi surpreendida com uma conta de luz bem acima da média de sua residência nos últimos meses.

"Nós sabemos que no período do verão o gasto de energia é bem maior. Por isso, tentamos economizar ao máximo, mas não funcionou. De acordo com a medição da Light, triplicamos o consumo. Mesmo usando o ar-condicionado só a noite, evitando deixar muitas luzes e equipamentos ligados, além de outros cuidados", contou Joselma.

Do outro lado da ponte, em cidades como Niterói e São Gonçalo, as reclamações sobre um possível aumento abusivo também são motivos de preocupação entre os clientes. Em diversos grupos nas redes sociais, muitos internautas estão expondo as suas faturas e denunciando as cobranças da Enel.

Há vários relatos criticando a concessionária e das contas que tiveram aumento de até 300%. Assim como, uma mobilização para realizar uma ação pública incentivada por aqueles que estão se sentido prejudicados. Para esses clientes, além dos altos preços, a companhia deixar a desejar na qualidade do atendimento e do serviço prestado.

A advogada Ingrid Almeida, do escritório Almeida e Torres Advocacia, orienta que os consumidores estejam atentos tanto aos reajustes quanto ao próprio consumo.

"Todo ano temos o aumento de energia elétrica que costuma pegar muita gente pelo bolso. Entre esses fatores que oneram a taxa mensal, encontram-se os impostos (PIS/Pasep, Cofins e ICMS). Além da atenção na economia de energia, é importante verificar o uso de aparelhos como eletrodomésticos. Un dos principais vilões, por exemplo, é o chuveiro elétrico que nesse verão passa a ser substituído pelo ar condicionado", sugeriu a advogada.

Segundo Ingrid, é essencial acompanhar a leitura no medidor e, quando possível, observar os cálculos. Além do mais, ela informa que sempre que houver um aumento expressivo, o usuário do serviço deve e pode solicitar uma vistoria no medidor ou, até mesmo, o recálculo com base na leitura atual do relógio de luz.

O que diz a Light?

De acordo com a assessoria de imprensa da Light, cada caso deve ser analisado individualmente. Segundo a empresa, de maneira geral, é comum o aumento no consumo de energia nesta época do ano, em função do uso do ar-condicionado.

Por tal razão, os clientes têm à disposição os seguintes canais de atendimento para enviar solicitações e tirar dúvidas junto à Light: as redes sociais, a Agência Virtual, o Disque-Light Comercial: 0800 282 0120.

Os clientes podem requisitar a revisão de suas contas de energia e/ou a aferição do medidor, por exemplo.

O que diz a Enel?

Em nota, a Enel Distribuição Rio esclareceu que não há qualquer irregularidade no processo de medição e faturamento da companhia.

A empresa acrescentou que, com as altas temperaturas do Verão, há aumento no consumo de energia, devido ao uso mais frequente da geladeira, de aparelhos de ar condicionado e ventilador, por exemplo. Não houve alteração de tarifa no mês de janeiro/19. Além disso, a distribuidora ressalta que quando o consumo de energia ultrapassa 300 kWh, o ICMS que incide sobre a conta passa de 18% para 31%, e para 32% para consumos superiores a 450 kWh.

A empresa orienta os consumidores a verificarem seu consumo de energia em kWh, comparando o valor consumido atualmente com o do mesmo mês do ano passado.

A concessionária também esclarece que, em uma conta de luz no valor de R$ 100, apenas R$ 22,7 são destinados às atividades da distribuidora, para operação, expansão, manutenção da rede de energia elétrica e para remuneração dos investimentos. Cerca de R$ 31,20 são destinados ao pagamento de impostos e R$ 12,6 são encargos setoriais. Além disso, R$ 26,5 são direcionados a custos de energia e R$ 6,9 à transmissão.

A distribuidora ressalta ainda que os valores do Sistema de Bandeiras Tarifárias e a definição da bandeira de cada mês são fixadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Medidas simples podem auxiliar o cliente a adequar o valor da conta de luz ao orçamento familiar. A troca de lâmpadas incandescentes de 100W por modelos LED de 14W, por exemplo, representa uma economia de, aproximadamente, 16 kWh/mês para cada ponto de luz. Manter a manutenção adequada destes aparelhos também evita consumo excessivo no verão.