A campanha Março Lilás tem como objetivo conscientizar sobre a prevenção do combate ao câncer de colo do útero, uma doença silenciosa que mais mata mulheres no mundo e o terceiro que mais atinge mulheres no Brasil. “O câncer de colo do útero é o quarto tipo de câncer que mais mata mulheres no mundo porque seu diagnóstico, geralmente é tardio, e quando é descoberta já está em estágio avançado. Por isso, é preciso estar atenta aos sinais, que quase sempre trazem consigo, a contaminação pelo vírus HPV, que é o principal fator de risco para esse tipo de câncer”, alerta a ginecologista do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica, Poliana Cordeiro.
Os principais sintomas são sangramento vaginal após relação sexual, sangramento em mulheres que estão na menopausa, corrimento vaginal e dor pélvica. Outro fator de risco é o início precoce da atividade sexual, por ficar mais tempo exposta ao vírus e por ter maior número de parceiros e de relações sexuais ao longo da vida, aumentando a exposição ao HPV.
O uso prolongado de anticoncepcional também é um fator de risco que merece destaque. Há estudos que apontam o uso de anticoncepcional por mais de cinco anos como facilitador do câncer de colo de útero por promover uma maior exposição do colo do útero ao HPV. “Nem toda mulher que tem HPV vai desenvolver o câncer de colo de útero. O importante é fazer diagnóstico precoce e se cuidar para evitar a evolução do vírus”, avalia a especialista.
A campanha do Março Lilás existe para promover a conscientização sobre a necessidade da prevenção com acompanhamento médico e uso de proteção sexual (camisinha) desde o início da relação sexual, bem como fazer anualmente o exame preventivo de Papanicolau.
Prevenção por preservativos e exames de rotina
Mais de 90% dos casos de câncer do colo de útero são causadas pelo HPV, que embora possa ser transmito da mãe para o feto, por contato com objetos contaminados, a principal forma de contagio é o contato sexual. A camisinha é uma das formas mais importantes de prevenção, mas pode não ser suficiente para evitar o contato com o vírus. Por isso, especialistas afirmam que a melhor maneira de não contrair o câncer de colo do útero é a vacina contra o HPV.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de colo de útero é a terceira doença mais comum em mulheres no Brasil. A doença é silenciosa e não apresenta sintomas na sua fase inicial, mas se detectada a tempo pode ser tratada e curada. O principal exame que pode detectar a doença é o citopatológico (papanicolau ou preventivo, como é mais comumente conhecido), disponível de forma gratuita nas Unidades Públicas de Saúde.
Vacinação
A vacinação contra HPV é fundamental e deve ser aderida por meninas entre 9 e 11 anos e meninos a partir dos 11 anos de idade. O uso de preservativo é um dos meios mais eficazes para a prevenção do HPV. “Seja consciente e ajude a eliminar o câncer de colo de útero, vacine seus filhos e proteja-se regularmente fazendo todos os exames de prevenção, especialmente, o Papanicolau, que detecta as lesões do HPV numa fase precoce que podem ser tratadas com facilidade”, adverte Poliana.
A educação em saúde se faz necessária, desde a infância. Pré-adolescentes e adolescentes devem ser educados claramente e sem tabus, quanto a prevenção de ISTs. Além disso, medidas públicas para ampliar o acesso a consulta preventiva em ginecologia para todas as mulheres, desde a puberdade até a pós-menopausa.
HPV no homem
O principal sintoma de HPV no homem é a verruga genital e pode ser confirmado por diagnóstico clinico e exames como a peniscopia e biópsia da lesão.
De acordo com os especialistas, o HPV não tem cura, mas há tratamento químicos e/ou cirúrgicos para as lesões que podem aparecer, tanto vulva e vagina, quanto no colo do útero. “O importante é o diagnóstico precoce, evitando que as lesões evoluam para doenças graves como o câncer. Além da prevenção primária, por meio de vacina contra o HPV, tanto para as meninas quanto para os meninos, antes do início da vida sexual”, adverte.
Só há transmissão se houver lesão ativa, mas é importante comunicar o parceiro ou parceira sobre o contato com o vírus, até porque o HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum na população brasileira.