Polícia Penal prende assassino de dois policiais federais no Complexo da Maré

Policiais penais da Divisão de Recapturas (RECAP), da Secretária de Estado de Administração Penitenciária (SEAP/RJ), com base em informações repassadas pelo Disque Denúncia, prenderam nesta quinta-feira (23), no Beco Vicente Celestino, no Piscinão de Ramos, Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, o criminoso, foragido há mais de 14 anos, Arnaldo Martins, mais conhecido pelo apelido de “Gogoia”, de 57 anos. Atualmente, ele estaria fazendo parte da milícia que atua no Piscinão de Ramos.

Preso desde 1992, condenado a 63 anos de reclusão, pelos crimes de Homicídio Qualificado, tipificado no Art. 121, § 2°, I e VI do Código Penal e Tráfico de Drogas, Art. 12 da Lei 6368/76, homicídio cometido em 31 de maio de 1992, quando três Policiais Federais, que se encontravam hospedados no 24º Batalhão de Infantaria Blindada (24º BIP), às margens da Avenida Brasil, por conta de estarem participando da segurança da Rio/ECO/92, foram se deslocar pela via quando, erroneamente, entraram na Favela Roquete Pinto, no Bairro de Ramos, subúrbio do Rio de Janeiro.

Sofrendo uma emboscada efetuada por “Gogoia” e outros traficantes, um dos agentes, ferido na virilha, conseguiu fugir para a beira da Avenida Brasil onde foi socorrido. Já os outros dois foram mortos a tiro de escopetas e revólveres por ordem do traficante Roberto Assunção Braga, o “Belo”. Eles foram amarrados com pedras presas a seus corpos e, posteriormente, lançados ao fundo da Baía de Guanabara, para fins de ocultação. Na época, o fato gerou uma grande operação, envolvendo todos os órgãos de segurança pública e o Exército no local para fins de prisão de todos os envolvidos no crime. Lá foram obtidos os detalhes sórdidos da execução dos agentes federais e de como os mesmos exerciam com mão de ferro o tráfico de drogas local e opressão aos moradores da comunidade.

A equipe, ao chegar na Comunidade Roquete Pinto, deslocou-se até chegar à residência de Gogoia, onde o fugitivo se encontrava. Após ser dada voz de prisão, ele fugiu. As equipes o perseguiram pelos becos e vielas locais, conseguindo objetivar sua prisão, sem efetuar disparos.

Arnaldo teve direito à Visita Periódica à Família (VPF), deixando o Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, no mês de dezembro de 2009, quando não retornou mais à sua unidade prisional. Assim, passou a ser considerado foragido do sistema penitenciário fluminense por quase 14 anos. Por este motivo, a Vara de Execuções Penais (VEP) expediu dois mandados de prisão, cumpridos nesta ocasião.

Diante dos fatos, o criminoso foi encaminhado à 34ª DP (Bangu), onde foram cumpridos os mandados de prisão e para formalização dos procedimentos. Posteriormente, Gogoia foi encaminhado ao sistema prisional, onde dará continuidade à execução da pena imposta pela Justiça.

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