Recentemente, viralizou na Internet um vídeo que mostra três jovens debochando de uma nova colega de faculdade por conta dela ter mais 40 anos de idade e ter voltado à sala de aula. Dias depois, em contrapartida, as mulheres desta faixa etária foram enaltecidas em um discurso de uma das atrizes ganhadoras da última premiação do Oscar. Tudo isso fez com que o etarismo voltasse à tona e fosse assunto nas redes sociais.
No caso que ganhou notoriedade, Patrícia Nilares, de 44 anos, foi vítima de ironias de outras três agora ex-colegas de curso por estar na universidade e já ter passado dos 40. Muitos relatos semelhantes de mulheres que também estão na graduação e que tem a mesma faixa etária de Patrícia ganharam as timelines. No entanto, o ponto é que esse tipo de conversa não deveria nem existir em um mundo ideal.
Segundo a especialista em Comunicação Lilian Vieira, o etarismo é uma forma de discriminação baseada na idade, ou seja, a crença de que pessoas mais velhas ou mais novas são inferiores ou superiores em relação a outras pessoas. É a ideia de que elas são incapazes de contribuir ou participar plenamente da sociedade por conta da idade. “O etarismo pode ocorrer em todas as esferas da vida, incluindo no mercado de trabalho, onde as pessoas mais velhas podem ser consideradas menos capazes ou menos adaptáveis a mudanças tecnológicas e, por isso, serem preteridas em processos de contratação ou promoção. Por outro lado, pessoas mais jovens também podem ser vistas como imaturas ou incapazes de assumir responsabilidades em posições de liderança”, afirma.
A especialista afirma, ainda, que o etarismo também pode ser visto em situações sociais, onde pessoas mais velhas podem ser consideradas menos interessantes ou menos capazes de participar de atividades que exigem energia e habilidades físicas. As pessoas mais jovens, por outro lado, podem ser vistas como arrogantes ou inexperientes. “O etarismo é um problema importante que afeta pessoas de todas as idades e pode ter um impacto negativo na autoestima e na autoconfiança de quem é afetado por ele. Além disso, o etarismo pode afetar a saúde física e mental das pessoas, especialmente quando há um sentimento de exclusão e isolamento social”, alerta a especialista.
Lilian Vieira
Para combater o etarismo, além de muita empatia, é importante promover a conscientização sobre a discriminação baseada na idade e incentivar a inclusão de pessoas de todas as idades em todas as áreas da vida. Isso inclui a promoção de políticas que proíbam a discriminação etária, bem como a educação e a sensibilização para a diversidade etária. Para Lilian, para combater o etarismo e tantos outros preconceitos a receita é produzir resultados, crer em si mesmo e fazer coisas novas, realizar coisas grandes, escolher aprender sempre, começar de novo, arriscar e aprender até o fim. “O resultado fala mais que qualquer resposta”, finaliza.