Para muitos homens o simples fato de pensar na parceira com outro é suficiente para gerar ciúmes e insegurança. Já outros desejam ver e viver isso. O "fetiche do corno", conhecido também como "cuckold", é justamente essa vontade de assistir à sua esposa - que é chamada de hotwife - transando com outra pessoa, ou mesmo saber que isso está acontecendo em algum outro lugar. O fetiche é um dos mais conhecidos no meio liberal e figura entre as principais buscas no Sexlog, o maior site de sexo e swing da América Latina, com mais de 18 milhões de cadastros.
A plataforma fez uma pesquisa com mais de 10 mil homens e, além de descobrir que 90% deles, em algum momento da vida, já desejaram ver seu par com outra pessoa também verificou que são eles que tomam a iniciativa para realizar o fetiche.
Foi assim com Juliana*, 50 anos, que é hotwife há mais de duas décadas. Segundo ela, foi seu parceiro que fez a primeira proposta, mas, desconfiada, ela não aceitou logo. “Eu desconfiei, mas passou um tempo e eu resolvi aceitar. Já se vão 20 anos praticando o cuckold e estamos no Sexlog há nove anos, onde nos divertimos muito e temos muitos amigos”, diz.
Ser corno não tem a ver com traição
A CMO do Sexlog, Mayumi Sato, explica que o fetiche não tem nada a ver com traição. Pelo contrário, é uma maneira do casal ter prazer com outras pessoas honestamente e de forma transparente. “Em todo o processo há consentimento, não existe nada às escondidas ou algum sentimento de estar enganando ou sendo enganado”.
Rodrigo*, 50 anos, é cuckold há cinco anos e defende que o combinado não sai caro e que a prática nada tem a ver com traição. “O ciúme é parte da insegurança, do sentimento de perda e de posse. Se você estiver com alguém e confia nas suas atitudes, não tem porque ter ciúmes. Como é tudo feito juntos, em acordo, não enxergo como traição”, conta o administrador de empresas que garante que, para ele, o mais difícil é quando existe algo escondido e que magoa a outra pessoa.
Como eles escolhem o parceiro para a Hotwife
O levantamento do Sexlog também descobriu que 45% dos homens escolhem o par para a hotwife considerando pessoas com quem já tenham intimidade. Enquanto 35% apenas seguem seu instinto e 19% levam em conta a aparência.
Juliana diz que ao longo do tempo, aprendeu a selecionar melhor os parceiros com quem vai se relacionar. “Não existe um biotipo certo, tudo depende da conversa, educação e do jogo da sedução”, revela.
Não existe idade certa para ser cuckold
O gerente Victor*, 27 anos, pratica o cuckold há sete anos e conta como identificou que tinha esse fetiche: “Quando me vi sentindo tesão em momentos que eu normalmente sentiria ciúmes, comecei a perceber que eu era diferente, mas foi algo que foi amadurecendo fácil e desde os 20 anos sou cuckold”.
Outra curiosidade levantada pela pesquisa é que entre os entrevistados com mais de 50 anos, aproximadamente 97% já desejaram ver seu par com outra pessoa e 38,78% já praticaram.
Quem já ouviu falar dos Cuckolds?
No levantamento, o Sexlog reuniu dados daqueles que tinham conhecimento do fetiche, mesmo sem ter praticado nenhuma vez. O resultado mostrou que 65% dos homens já tinham ouvido falar sobre o assunto. “O cuckold é mesmo uma paixão nacional, presente nas casas de swing, na internet, em relacionamentos liberais… À medida em que ele vai se popularizando, mais pessoas vão entendendo do que ele se trata e o número de interessados e praticantes só tende a crescer”, comenta Mayumi Sato.
Na divisão entre os estados, o Sudeste é o que reúne mais casais que já conhecem o tema: são 51%, enquanto 45% dos casais nordestinos também já são familiarizados com o assunto. No Sul, eles são 41%, no Centro-Oeste 34% e no Norte 26%.
É para olhar, mas se quiser encostar pode!
Na prática, existem duas regras invioláveis. A primeira é o consentimento. A segunda é o uso de preservativo. De resto, tudo é permitido. A princípio, a prática do cuckold é definida por um homem assistindo sua parceira transando com outro ou sabendo que ela está praticando sexo com outro homem em algum lugar. Porém, a pesquisa também mostrou que 67% dos cuckolds gostam de gravar a cena e estarem próximos do que está rolando.