A tendinite no quadril, também chamada de síndrome da grande trocânter, é uma patologia em que ocorre a inflamação dos tendões dos músculos dos glúteos, interferindo na região lateral do quadril, resultando em dores crônicas que, muitas vezes, irradia para a lateral da coxa até o joelho.
Marco Aurélio Silvério Neves, ortopedista e traumatologista especializado em cirurgia de quadril e joelho, explica que este problema afeta mais mulheres porque a anatomia da pelve feminina é diferente da masculina. Dessa forma, as mulheres têm uma predisposição a desenvolver inflamação nos tendões do quadril muito pelos esforços excessivos e repetitivos, posições viciosas que vão além da capacidade que o tendão pode suportar.
Outra causa dessas inflamações no quadril é a perda muscular localizada na musculatura do glúteo, que pode acontecer ao abandonar a regularidade nas atividades físicas, perda significativa e rápida de peso e por alterações hormonais relacionadas à menopausa.
Mas o especialista alerta que indivíduos que realizam esforço físico intenso como, por exemplo, correr em subida, esforço de repetição ou que não alongam a musculatura antes de algum exercício, podem também sofrer com as fortes dores. Assim como é comum inclusive em atletas que utilizam em excesso os tendões localizados nessa região, causando inflamação e dor ao caminhar, que irradia para a perna, ou ainda dificuldade para mexer uma ou as duas pernas.
O principal sintoma em pacientes com tendinite no quadril é a dor, já que a inflamação tendinosa provoca uma maior dificuldade de se mover pela constante pressão do peso do corpo sobre os tendões, limitando os movimentos. Além desse, há o aumento da sensibilidade na lateral do quadril, dor para deitar de lado, dificuldade para subir escadas ou levantar de uma cadeira ou sofá. Essa dor pode piorar bastante com o toque e a palpação na lateral do quadril, sendo bem localizada.
A boa notícia é que, via de regra, os casos de tendinite no quadril não são cirúrgicos. Normalmente, o tratamento clínico inclui repouso, aplicação de gelo, uso de analgésicos e anti-inflamatórios, mas a fisioterapia - tanto para aliviar a dor como para o fortalecimento e reequilíbrio muscular - é essencial.
O tempo de recuperação varia de paciente para paciente, podendo durar de três semanas a oito meses, dependendo do grau da inflamação, idade, tipo de atividade exercida e qual o tendão foi acometido.
“O importante é identificar a causa da lesão para buscar o tratamento mais adequado a cada paciente e a cada grau de lesão e, a partir daí, tomar as orientações médicas necessárias de prevenção para que a inflamação não volte”, ressalta Marco Aurélio.
A dor sempre é um sinal de alerta e, quando aparece, é necessário buscar ajuda de um ortopedista. Apenas o especialista poderá avaliar o grau de lesão, pois tão importante quanto tratar a dor é identificar sua causa para indicar o tratamento mais adequado para cada paciente, indicando orientações médicas necessárias de prevenção para que a inflamação não volte, permitindo uma melhor qualidade de vida.