Hélio Turco, maior campeão das disputas de samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira, morreu nesta quinta-feira (8), aos 87 anos. O sambista, compositor e baluarte da Verde e Rosa venceu 16 vezes o concurso, conquistando seis títulos. Isto o tornou compositor com maior número de conquistas da escola. Turco também era presidente de Honra da Mangueira.
Nascido no Grajaú e morador da Mangueira desde a infância, ele desfilou pela primeira vez em 1952, em uma função que não existe mais nas escolas de samba, a de “puxador de corda”.
Entrou para a ala de compositores em 1957 e, em 1959, a Mangueira levou para a avenida um samba de sua autoria: O Brasil através dos tempos. O último - Se todos fossem iguais a você - foi uma homenagem a Tom Jobim, que rendeu a Hélio Turco o Troféu Cidade do Rio de Janeiro de melhor samba. Outros sambas de destaque do artista foram Yes, nós temos Braguinha, de 1984, quando a Mangueira foi campeã do Carnaval, no ano da inauguração do Sambódromo, e Cem anos de liberdade – realidade ou ilusão, de 1988.
A causa da morte do compositor não foi revelada.
Ouça no podcast da Rádio Nacional a reportagem de Carol Pessoa. da Rádio Nacional, sobre a trajetória de Hélio Turco, o maior vencedor de sambas-enredos da Estação Primeira de Mangueira.
Hélio Turco teve um de seus sambas escolhido como o hino do Dia Nacional da Consciência Negra. declarado hino oficial do Dia Nacional da Consciência Negra no Rio de Janeiro, celebrado em 20 de novembro em todo o país. O governador Cláudio Castro sancionou nesta segunda-feira (10) a Lei nº 9.988/23, do ex-deputado Chiquinho da Mangueira, que torna o samba-enredo “100 anos de liberdade, realidade ou ilusão?”, um símbolo da luta contra o racismo e a desigualdade.
De autoria de Hélio Turco, Alvinho e Jurandir, o samba representa em seus versos o que a data simboliza: O protagonismo negro na história do Brasil. A canção cita a Lei Áurea não como um ato de liberdade assinado pela Princesa Isabel, já que não deu as garantias mínimas aos libertos, mas sim como uma reflexão crítica e atual que busca questionar se o ato assinado em 1888 não seria apenas uma ilusão.
O objetivo é demonstrar a luta histórica e a resistência cotidiana dos negros em busca de igualdade e contra os preconceitos, mostrando Zumbi dos Palmares como o protagonista dessa luta por liberdade e igualdade que se busca até os dias de hoje. A lei determina que a adoção do samba como hino seja amplamente debatida com os movimentos negros. Para Alvinho, um dos compositores, esta notícia é um grande presente para todos, em especial ao seu parceiro Hélio Turco, presidente de honra da verde e rosa.
“Estou feliz com a notícia, certamente um momento importante para qualquer compositor, ao entrar para a história da agremiação através de uma data tão significativa. Só tenho que exaltar os meus parceiros, Jurandir, in memorian, e principalmente o Hélio Turco, atualmente presidente de honra e maior compositor da Mangueira. É um samba que já tem 35 anos, com várias regravações, sempre muito bem avaliado pela crítica em geral e que foi a voz de um desfile inesquecível, que nos rendeu um vice-campeonato. É um momento de grande alegria”.
Fonte: Agência Brasil e Radioagência Nacional