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Médicos alertam para riscos de acidentes na volta às aulas

Estudos mostram que 90% dos acidentes poderiam ser evitados com medidas simples.

Por Portal Eu, Rio! em 10/02/2019 às 18:50:41

Especialistas aconselham o uso de uso da cadeirinha de segurança nos carros para as crianças. Foto: Reprodução

A RioSaúde, por meio do Hospital Municipal Rocha Faria, alerta para os cuidados que devem ser tomados na volta às aulas para evitar acidentes no entorno das escolas.

Segundo dados da ONG Criança Segura, os acidentes de trânsito, principalmente o atropelamento, são a principal causa de morte por acidente de crianças entre 5 e 14 anos, no Brasil.

A superintendente-médica do HMRF, a cirurgiã Flávia Menezes, destaca que 90% desses acidentes poderiam ser evitados com medidas simples de prevenção.

"O uso da cadeirinha de segurança nos carros, que já é lei, e a adoção de comportamentos seguros de pedestres e condutores reduziriam os acidentes de trânsito. Crianças e adolescentes costumam se distrair facilmente ao atravessarem a rua, principalmente quando estão usando fones de ouvido, celulares ou outros aparelhos eletrônicos. Uma dica simples que poderia mudar as estatísticas é educar as crianças em casa e na escola a atravessar a rua sempre na faixa de pedestre, olhar para os dois lados e respeitar a sinalização", observa.

Durante as férias escolares, a emergência pediátrica do hospital, administrado pela RioSaúde, atendeu 21 crianças vítimas de traumas- a cada três dias, uma criança. Flavia também ressalta a importância dos primeiros socorros.

"Uma recomendação importante é que, em caso de acidente, a vítima não deve ser removida do lugar até a chegada do Corpo de Bombeiros, pois movimentá-la pode agravar os ferimentos existentes", comenta.

Embora acostumados a tratar pacientes que chegam com quadros graves, os casos envolvendo crianças sensibilizam mais as equipes de plantão. Uma das histórias que mais emocionaram as equipes foi a de um paciente de 7 anos, que teve alta recentemente depois de quase dois meses lutando pela vida. Vítima de acidente de trânsito em Campo Grande, João Pedro A.A deu entrada no dia 11 de dezembro com um trauma grave no abdômen.

Com múltiplas lesões, a criança foi operada no HMRF e transferida no mesmo dia para o CTI Pediátrico do Hospital Municipal Pedro II, onde passou por mais cirurgias.

A força da criança, que lutou pela vida como gente grande, surpreendeu os médicos. A Dra. Flávia conta que, a exemplo de muitos colegas que acompanharam o caso, chorou ao ver o menino totalmente recuperado após quase perder a vida no acidente de carro.

"É comum as pessoas pensarem que perdemos a nossa sensibilidade por causa da rotina de lidar com a vida e morte no nosso trabalho e isso não é verdade. Nos meus 21 anos de profissão ajudei a salvar centenas de vidas, mas é sempre uma emoção ver um paciente voltar para casa totalmente recuperado. São situações como essas que nos mostram que vale a pena todo o esforço que fazemos. Cada vitória e cada história de superação são motivos para comemoração", destaca.

Foram 50 dias de internação e a hora de voltar para casa chegou na última quinta-feira, dia 29. A despedida de João Pedro foi marcada pela emoção. De volta ao lar, o menino foi recebido com festa pelos parentes e amigos, com direito a bolo de aniversário. O pai dele, Diego Gusmão contou que os cuidados que o filho recebeu foram cruciais e ajudaram a família a enfrentar os momentos de desespero e preocupação .

"Todos foram excelentes. Eles trataram o João Pedro como se fosse o filho deles, o que nos deu muito conforto e segurança. Agora, o meu filho continuará o tratamento em casa e voltará a ter uma vida normal", comenta.

O Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, atende hoje cerca de 15 mil pessoas por mês. A unidade passou por um verdadeiro choque de gestão após a Empresa Pública de Saúde do Rio de Janeiro substituir a OS que a administrava, em 12 de fevereiro de 2018. Depois de um mutirão de limpeza, a RioSaúde fez várias intervenções para melhorar a qualidade do atendimento: reformas, inauguração de um novo laboratório, compra de equipamentos, medicamentos e insumos, além da modificação do layout da emergência para otimizar todo o processo de atendimento desde a entrada dos pacientes à realização de exames no hospital.

As melhorias fizeram o HMRF voltar a ser referência no atendimento para as pessoas da Zona Oeste, com a aprovação dos usuários chegando hoje a 84%. Em 2018, 182.842 pessoas foram acolhidas, 32% acima do registrado em 2017, na gestão anterior.


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