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Eleições no México: E agora, López?

Novo presidente mexicano tem desafios importantes durante gestão

Por Kaio Serra em 02/07/2018 às 16:27:54

Reprodução de internet

Candidato de esquerda, Andrés Manuel López Obrador, venceu a eleição presidencial mexicana com mais de 53% dos votos. Com um discurso de mudança, o primeiro presidente de esquerda do México quer "entrar para a história como um bom presidente".

Porém, nem tudo será flores para Obrador. O México atravessa uma crise de corrupção que tem sua explicação baseada na fraqueza institucional, economia submergida e no narcotráfico. Listamos os cinco principais desafios que o novo mandatário enfrentará a partir de 1º de dezembro.

1 - Corrupção

A corrupção é um problema generalizado no México. De acordo com a organização internacional anti corrupção "Transparency International", 51% dos mexicanos já pagaram suborno para ter acesso à serviços públicos. Essa é a taxa mais alta da América Latina, no Brasil essa taxa é de apenas 11%.

A justiça mexicana investiga ao menos 14 governadores ou ex-governadores por corrupção. O ex governador do Estado de Veracruz de Ignacio de la Llave, Javier Duarte de Ochoa, é acusado de comprar remédios falsos, o que levou a crianças com câncer a receberem placebos em vez de quimioterapia.

Até mesmo a esposa do presidente cessante Enrique Penã Nieto, Angélica Rivera, atriz de 48 anos, não escapou das críticas ao comprar uma mansão no valor de 7 milhões de dólares de um empreiteiro do governo mexicano.

López Obrador aproveitou a revolta pública sobre a corrupção, prometendo erradicá-la, uma promessa que ele repetiu em seu discurso de vitória.

"Corrupção não é um fenômeno cultural, é o resultado de um regime em declínio", disse ele. López também disse que ninguém que fosse culpado de corrupção seria poupado, "mesmo irmãos de armas".

2 - Segurança e impunidade

Em 2017 o México bateu o recorde de assassinatos, com mais de 25 mil pessoas mortas.

Mas o que muitos eleitores mexicanos reclamaram mais do que o número de assassinatos foi o fato de tantos crimes ficarem impunes.

A campanha eleitoral também viu um número sem precedentes de políticos sendo mortos, mais de 130 desde o início do processo de registro em setembro, 48 dos quais estavam concorrendo para o cargo nesta eleição.


Muitos dos candidatos assassinatos estavam disputando as eleições em áreas onde o narcotráfico possui influência. Em seu discurso de vitória, López Obrador culpou a corrupção pela violência no México. Porém o único plano anunciado de segurança, seria o de se reunir diariamente as 6 horas da manhã com o seu "comando unificado de segurança".


Sob o comando do presidente Enrique Peña Nieto, altos chefes de cartéis foram presos, mas o vácuo deixado novamente pareceu inflamar as guerras territoriais.

López disse que adotará uma abordagem mais "suave", dizendo que em sua administração haveriam "abrazos, no balazos", (abraços, não tiroteios). No entanto, ele foi criticado severamente por todos os setores quando pediu anistia para os envolvidos no tráfico de drogas. Seus assessores informaram posteriormente que "o pedido de anistia se restringiria aos agricultores que plantassem alimentos ilícitos".

3 - Pobreza e desigualdade

López Obrador, que também é conhecido como Amlo, argumenta que um dos principais fatores ligados ao alto indicie de violência no país é a miséria. Diz que aos menos que os jovens tenham escolhas, eles serão atraídos para a ilegalidade por gangues criminosas. Como proposta, sugere a criação de bolsas de estudos e empregos para os jovens.


Críticos, no entanto, questionaram o sucesso de tal esquema quando gangues de drogas oferecem dinheiro rápido.

Ele também disse que vai ajudar os idosos dobrando suas pensões "desde o meu primeiro dia no cargo".

4 - Relação com os Estados Unidos.

Durante a campanha, Amlo criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo especialistas, isso rendeu votos extras de eleitores descontentes com os insultos do mandatário americano aos mexicanos.

López disse que faria Trump "ver razão" e "o colocaria em seu lugar". No entanto, agora eleito, adota um tom mais amigável, dizendo que "buscaria uma relação de amizade e cooperação" com os Estados Unidos.


Os americanos são os maiores parceiros comerciais do México, de acordo com dados a OMC, 81% das exportações tem como destino os Estados Unidos. Os órgãos de segurança dos EUA também cooperam estreitamente com as forças mexicanas, tanto no combate ao tráfico de drogas, quanto ao tráfico de pessoas. E é neste fato que Trump critica severamente o governo mexicano. De acordo com o presidente americano, "O México não faz o suficiente para impedir que imigrantes ilegais cruzem as fronteiras entre os dois países".

Ainda nesta segunda-feira (02), o presidente Donald Trump parabenizou López Obrador através do Twitter.

"Parabéns a Andres Manuel Lopez Obrador em se tornar o próximo Presidente do México. Eu espero trabalhar com ele. Há muito a ser feito que irá beneficiar tanto os Estados Unidos e México!". Diz a mensagem.

5 - Economia

A economia do México é a segunda maior da América Latina, atrás somente da economia brasileira. No entanto, tem crescido de forma mais lenta do que os investidores esperavam, e os próprios investidores esperam uma mudança na política econômica por parte de Amlo.

Em seu discurso de vitória, López Obrador disse que seu governo seria disciplinado em termos fiscais e não aumentaria os impostos. Mas os críticos questionam de onde ele vai buscar o dinheiro para os programas sociais que prometeu entregar.

Amlo alega que uma repressão à corrupção significará que sua administração terá mais dinheiro em caixa, uma vez que impedirá que milhões sejam desviados.

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