Quase uma década depois do início do sonho de retratar a história do samba (e de sambistas como Jorge Aragão) na Zona Oeste carioca, o documentário “O Samba do Desterro” será exibido no Espaço Cultural Arlindo Cruz, em Realengo, nesta terça-feira (27), a partir das 18h, com direito a roda de samba após a exibição ao ar livre.
O filme reúne depoimentos que contam, desde a infância aos primeiros contatos com o samba, de consagrados artistas que tiveram história marcada em bairros como Bangu, Padre Miguel e Realengo. Na lista dos bambas, além de Jorge Aragão, estão, entre outros nomes com depoimentos, Sereno e André Renato; Tiãozinho Mocidade; Jotabê; Leci Brandão; Babi Cruz (Arlindo Cruz); Nilze Carvalho; Glória Bonfim; Luiz Ayrão; Nelson Curtume; Moacyr Luz e o saudoso Wilson Moreira, que contou sobre o seu samba “Eu já pedi”, da Mocidade Independente de Padre Miguel, pouco antes de falecer, em 2018, e que recusou um convite para Portela.
Além da história, boa parte inédita, o documentário conta curiosidades sobre a fabricação de instrumentos e outras riquezas culturais dos bairros, com a emoção de quem ganhou até o mundo, Nilze de Carvalho.
A religiosidade com São Jorge ou entidades de matrizes africanas também se fazem presentes, do início ao fim, em uma desassociação quase impossível do gênero musical.
A ideia do documentário surgiu quando Wanderso Luna, que tinha o sonho de fazer um filme que contasse a história do samba na Zona Oeste da cidade, criou o projeto Samba Zona Oeste: a Roda de Samba que vai virar filme.
O projeto era a realização de quatro rodas de samba que seguem acontecendo debaixo do viaduto de Realengo. Foi então que o idealizador Wanderso Luna convidou o cineasta Marcelo Gularte para a direção e ele deu nome ao longa: “Samba do Desterro”. A produção executiva é assinada por Cid César Augusto, do projeto Cinemão.
O documentário tem pouco mais de uma hora de duração e traz a grandiosidade e a ousadia da proposta de mapeamento da identidade cultural brasileira e carioca, com foco nos bairros da Zona Oeste. Nele estão retratados aspectos como fotografia, geografia percorrida e patrimônio material e imaterial, que está ricamente representado no filme.
Sobre Marcelo Gularte
Poeta, músico, pesquisador, psicanalista, cineasta, folclorista e recordista mundial no campo da literatura. É também autor de diversos projetos sociais e coordenador do Ponto de cultura – Reciclagem Misancén e Música; coordenador do Ponto de Cultura Nosso Olhar, laboratório de audiovisual; diretor do curta ficção “Preservação do Eu” 10' – 2010; codiretor da vídeo instalação “Objeto Unissex” 15' – 2011; diretor do documentário “Bangu Território em Transição” 15' – 2012; diretor do documentário “Mc Magalhães- Uma Lenda Viva do Funk” 15' – 2013; diretor do documentário A história de um Silva 80' – 2019; diretor do documentário O Samba do desterro 75' – 2023; diretor do curta – metragem Terras Realengas Ficção 15’ – 2020; diretor do curta – metragem Mais Um Que Se Vai Ficção 15’ – 2020; diretor do curta – metragem Dos Pés à Cabeça Ficção 15’ – 2020; diretor do longa – metragem A Pandemônia Ficção 15’ – 2020; autor do Livro: “O dito pelo não dito” Vol. 1, 2006 e Vol.2, 2013, Vol. 3 2019; autor do romance A lenda do funk Carioca, maior romance brasileiro por número de páginas, com 1.500 laudas – 2014; autor do romance épico “O vão dos livros”, vol 1– 2017; autor do romance “Meu Mundo Era Ali” – 2019; autor dos livros “Enciclopédia do Funk” 06 volumes, obra tombada como patrimônio imaterial do Rio de Janeiro pela Câmara dos Vereadores e tombada pela Alerj, como patrimônio histórico e cultural do Estado do Rio de Janeiro.
Sobre Cinemão
Cinemão é uma produtora da Zona Oeste profunda, um modelo de indústria popular do cinema que atua nas três etapas da cadeia produtiva do audiovisual: Produção, distribuição e exibição de filmas. É também o primeiro cinema móvel do RJ movido 100% à energia limpa e foi a produtora que mais realizou intervenções cinematograficas em espac?os publicos no Rio de Janeiro. Ao longo dos anos foram aproximadamente 370 eventos (exibic?o?es de filmes) na cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de um veículo adaptado para projeções do cinema nacional em espaços públicos e populares. Uma super tela de cinema inflável (12X10), projetor de alta performance (15.000 laser) e som de 5.000W de potência, além de ser movido por um gerador de energia fotovoltaica. Na lista de curtas da produtora, estão: “Sile?ncio”; “UPP na?o e projeto de seguranc?a”; “O Prefeito ta chegando” e “Mariuza: e so me deixarem cantar”. Já “Reta Joa?o XXIII” e “Superar – historias que inspiram” foram as médias produções lançadas pela Cinemão. A produtora ainda tem em seu currículo mais dois longas além do “Samba do Desterro”: “Eleven” (coproduc?a?o em 11 países, 2014) e “Vitoria“ – lanc?ado na Mostra Internacional de Cinema de Sa?o Paulo (nov 2018 ), que concorreu ao Prêmio Petrobras de Cinema. O Cinemão também ganhou os seguintes prêmios: Rio450anos ( Prefeitura do Rio de Janeiro); Fomento Olimpico (Secretaria Municipal de Cultura) , Viva o Cinema ( RioFilme ); Moc?a?o de Louvor e Reconhecimento (Ca?mara Municipal do Rio Janeiro); Medalha de Merito Pedro Ernesto (Ca?mara Municipal do Rio Janeiro).
Serviço:
Cinema Open Air “O Samba do Desterro” e Roda de Samba
Data: dia 27 de junho (Terça-feira)
Local: Espaço Cultural Arlindo Cruz - Rua Marechal Joaquim Inácio, sn, Realengo. Ao lado do bicicletário da estação de trem de Realengo.
Hora: A partir das 18h.
Entrada: Franca