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Coletivo feminista vai distribuir tatuagens em blocos de carnaval do Rio

Serão distribuídas 30 mil tatuagens temporárias às mulheres no carnaval de rua do da cidade

Por Jonas Feliciano em 15/02/2019 às 12:39:40

Foto: Divulgação

O carnaval só começa oficialmente em março, mas o Rio já está em clima de festa. Neste Sábado (16), o coletivo Não é Não! começa a distribuição das suas tatuagens temporárias no pré-carnaval da cidade.  O bloco escolhido para dar início a campanha foi o Desliga da Justiça, que faz desfile parado, na Praça Santos Dumont, no Baixo Gávea. O movimento tem como objetivo chamar a atenção contra o assédio sexual, principalmente nessa época, usando o próprio corpo como outdoor para espalhar a mensagem. Além do Rio de Janeiro também estão participando da campanha as cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Belém, Recife/Olinda e Curitiba. Cada uma com sua própria campanha de financiamento.

Em 2019, a manifestação contou com o apoio de 244 doadores que arrecadaram R$ 15.569 para a produção de 30 mil tatuagens. Os adereços deverão ser distribuídos por todo carnaval até o dia 6 de março, quarta-feira de cinzas, no bloco Planta na Mente.

"Estamos fazendo uma rede de mulheres em nove cidades de todo o Brasil. Vamos distribuir mais de 100 mil tatuagens! Tem coisa mais linda?", comemorou Aisha Jacob, uma das fundadoras do movimento.

Não é Não!

Criada em janeiro de 2017 pelo grupo de amigas Bárbara Menchise, Aisha Jacob, Julia Parucker, Luiza Borges e Nandi Barbosa, o movimento teve início após mais um abuso sofrido por uma delas em um ensaio de bloco de carnaval. Naquele ano, foram mobilizadas 40 mulheres que se uniram na arrecadação de R$ 2784 em apenas 48 horas. O dinheiro foi usado para a confecção de quatro mil tatuagens, coladas gratuitamente pelas ruas da cidade, somente nas mulheres. Em seu segundo ano, o movimento extrapolou os limites do Rio de Janeiro e chegou a mais quatro estados como Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Bahia, tamanha a adesão das foliãs.

Vale destacar que o crime de assédio sexual é comum o ano inteiro e em todos os períodos, mas é intensificado durante o carnaval. Principalmente, pela falsa sensação de que “tudo é permitido”. A mensagem Não é Não! é simples, objetiva e direta, mas ainda muito necessária. 

Os números também são alarmantes. Aconteceram 135 estupros, em média, em 2016. Somente em 2017, uma mulher foi agredida a cada quatro minutos durante o carnaval carioca e no primeiro semestre de 2018 a Central de Atendimento á Mulher em Situação de Violência, recebeu 73 mil denúncias, através do telefone 180. 

Para 2019 o movimento já encontrou parceiros e alguns blocos já declararam seu apoio, como AfroJazz, Agytoê, Bangalafumenga, Batuquebato, Caramuela, Dinossauros Nacionais, Desliga da Justiça, Empolga ás 9, Estratégia, É tudo ou nada?, Exagerado, Fogo e Paixão, Mulheres de Chico, Mulheres Rodadas, Pipoca e Guaraná, Planta na Mente, Que Pena Amor, Sereias da Guanabara e Turbilhão Carioca, além da Associação de Blocos Coreto. Todos unidos para um carnaval com mais alegria e menos assédio.

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