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Crise na educação atinge alunos e professores no estado do Rio

Faltam profissionais em 150 escolas e o déficit de vagas chega a 11 mil

Por Jonas Feliciano em 21/02/2019 às 22:41:39

A crise na educação do estado do Rio de Janeiro chegou até os alunos do ensino médio. Se não bastasse a falta de professores, dessa vez, o problema é a falta de vagas. De acordo com muitos estudantes, o sistema Matrícula Fácil não oferece um número suficiente  de inscrições. Por este motivo, muita gente ainda não conseguiu se matricular. Estima-se que o déficit seja de 11 mil vagas. Em alguns locais, a fila de espera chega a 500 candidatos.

Já no último sábado (16), a Defensoria Pública  do Rio de Janeiro promoveu uma ação a favor das famílias que não conseguiram matricular os seus filhos nas creches do município. No inicio do ano, 993 responsáveis foram até a DPRJ comunicar que estavam tendo dificuldades em encontrar uma escola para seus filhos.

Apesar das reclamações, o Matrícula Fácil continua realizando inscrições. O processo seletivo de 2019 está em sua terceira fase. De acordo com o site oficial do sistema, os alunos podem tentar vagas em cursos técnicos, no ensino regular, no curso normal e na EJA (Ensino de Jovens e Adultos). Ainda existe a opção de EJA e regular para o ensino fundamental. Para participar, os estudantes fazem um cadastro e aguardam uma ordem de chamada.

62% das escolas funcionam à noite

Na última quinta-feira (21), em uma entrevista na fanpage da SEEDUC (Secretaria de Estado de Educação), Pedro Fernandes, atual  Secretário de Educação, afirma que o principal desafio do Rio é proporcionar vagas diurnas.

"Na capital, cerca de 62% das escolas funcionam apenas a noite, além de serem localizadas em prédios emprestados pela prefeitura do município. Nesse modelo, eles fazem o ensino fundamental durante o dia e o estado fica responsável pelo regular no período noturno. Nosso desafio é construir escolas. Principalmente, nestas áreas que tem uma demanda reprimida como a capital, por exemplo. Assim aumentaremos o desempenho e diminuiremos a evasão escolar", afirmou Pedro.

Ele ainda reforçou que entende que, embora seja qualificada, a classe dos professores está desmotivada. Por isso pretende valorizá-la tanto no pessoal quanto no quesito salarial.

SEPE diz que 150 escolas estão sem aulas

Enquanto isso, além da ausência de vagas, o ano letivo corre o risco de ser prejudicado pelo déficit de professores. Segundo o SEPE (Sindicato de Profissionais de Educação do Rio de Janeiro), aproximadamente 150 escolas da rede municipal estão sem aulas, pois não possuem a lotação suficiente do corpo docente. Em doze meses, um total de 2.287 professores deixaram a rede pública.

Em nota ao portal Eu,Rio!, o SEPE confirmou que sucessivos governos estaduais implementaram uma política de poucos investimentos na educação estadual. Por isso, a consequente desvalorização da categoria provoca um numero grande de exonerações de professores que saem para trabalhar em outras redes municipais ou federais.

"Isso provoca a carência de professores e funcionários administrativos nas escolas.  Em 2019, serão completados cinco anos sem qualquer reajuste para os profissionais de educação da rede estadual. Como o estado não realiza novos concursos, nem convoca aprovados de concursos anteriores, a carência reconhecida pelo próprio secretário de Educação, Pedro Fernandes, pode se agravar ainda mais", completou o comunicado.

Força tarefa para abertura de turmas

O secretário de Estado de Educação, Pedro Fernandes, determinou a criação de uma força tarefa para priorizar a abertura de todas as turmas possíveis em unidades que tenham vagas ociosas e possibilidade de receber novos alunos. Com essas iniciativas, a rede estadual reduziu de 20 mil para 11 mil estudantes que, atualmente, aguardam vagas em escolas públicas estaduais. Um dos exemplos, conforme anunciado na última quinta-feira (21)), foram as 525 vagas disponibilizadas para o turno da tarde no Colégio Estadual Visconde de Cairú, no bairro Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Nas próximas 72 horas, a Secretaria de Estado de Educação pretende reduzir em cerca de 70% o atual quantitativo de 11 mil vagas ociosas. A Seeduc, conforme anunciado por Fernandes em janeiro deste ano, também está liberando as Gratificações por Lotação Prioritária (GLPs) aos professores que têm carga horária disponível para suprir eventuais carências, isto é, as horas extras. A previsão é de que 95% das escolas tenham seu quadro completo em até duas semanas.

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