TOPO - PRINCIPAL DOE SANGUE - 1190X148

Prefeitura tomba Molhe Imperial de Pedra, na Praia de Sepetiba

Também conhecido como Cais Imperial ou Cais da Imperatriz, foi construído em 1884, no final do império brasileiro

Por Portal Eu, Rio! em 26/08/2023 às 09:00:00

O Molhe Imperial de Pedra fica localizado na extremidade da praia de Sepetiba. Foto: Prefeitura do Rio

A Prefeitura do Rio tombou, na última quinta-feira (24), por meio do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), o Molhe Imperial de Pedra, localizado na extremidade da Praia de Sepetiba, Zona Oeste da cidade. Também conhecido como Cais Imperial ou Cais da Imperatriz, o Molhe foi construído em 1884, no final do império brasileiro, para facilitar o transporte de mercadorias e a locomoção da população da época.

– O IRPH tem como uma das suas atribuições pesquisar e estudar bens e locais que contam a história da nossa cidade. Executado em pedras encaixadas, o Molhe Imperial de Pedra é um exemplar remanescente deste tipo de construção, bastante característica da engenharia civil desta época. Uma vez identificado o interesse histórico e cultural do Molhe, pela equipe técnica do IRPH, é nosso dever propor ao prefeito a legislação específica para a sua proteção. Este decreto de tombamento é resultado de muito trabalho e um extenso estudo técnico da equipe – afirmou Laura Di Blasi, presidente do IRPH.

Com extensão total aproximada de 700 metros, o Molhe serviu para facilitar o acesso portuário em Sepetiba, exercendo papel de caminho para embarque e desembarque na praia. A função arquitetônica do molhe de pedra se desfez no início do século XX. Porém, hoje este elemento serve para revelar a história deste local como um importante porto no passado, vinculado às funções da Fazenda Santa Cruz, fundada pelos Jesuítas, e à evolução urbana de Sepetiba.

– É muito importante olharmos com atenção para a riqueza do patrimônio cultural que nós temos na Zona Oeste do Rio. Este estudo foi feito com muito detalhe pela Gerência de Cadastro e Pesquisa. Nós demarcamos, com georreferenciamento, os caminhos que eram utilizados, conversamos com moradores e organizações da região para valorizar essa história – comentou Juliana Oakim, subgerente de cadastro e pesquisa do IRPH.

Segundo o estudo do órgão municipal, vários trechos da Baía de Sepetiba faziam parte das rotas de comércio e transporte até o fim do século XIX. A Companhia de Navegação Rio-São Paulo começou a gerenciar a Linha de Bonde e a Navegação Santa Cruz, com barcos movidos a vapor, entre Sepetiba, Itacuruçá, Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty. Em maio de 1884, foi publicado no Jornal do Commercio, a informação de que o Molhe de Pedra estava sendo construído para ligar o continente à Ilha da Pescaria, em Sepetiba.

O nome Molhe Imperial de Pedra vem de sua configuração, que se assemelha a um molhe de pedra contínuo, sem funcionalidade para conter aterros, ou servir de quebra-mar e sem evidências de amarradouros, como existe em um cais, por exemplo. Ele foi feito para servir de caminho até a ilha, onde em sua ponta, as embarcações poderiam ancorar. Hoje, o trecho do Molhe de Pedra está acessível à população somente com autorização da Base Aérea de Santa Cruz.

O tombamento é um instrumento de proteção, realizado por meio de ato do poder público, que visa proteger o valor histórico e cultural de um local. O Molhe Imperial de Pedra recebeu um tombamento definitivo após decreto publicado no Diário Oficial do município. A partir de agora, quaisquer intervenções físicas a serem realizadas no bem tombado deverão ser previamente instruídas pelo IRPH, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, e aprovadas pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro, conforme determina o Plano Diretor em vigor.


POSIÇÃO 3 - DENGUE 1190X148POSIÇÃO 3 - DENGUE1190X148
Saiba como criar um Portal de Notícias Administrável com Hotfix Press.