Uma das mais tradicionais e cidadãs instituições de ensino, pesquisa e extensão do país, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) manifestou solidariedade aos povos indígenas e expressou sua esperança no sentido de que o Supremo Tribunal Federal (STF) reafirme os direitos à vida promulgados pela Constituição de 1988.
"É necessário virar a página das iniciativas de estímulo à instabilidade e polarização. Retroceder normas para a demarcação de terras indígenas representa um passo atrás nas garantias democráticas e republicanas de um ordenamento jurídico-legal baseado na justiça e reconhecimento das melhores tradições, das experiências históricas e das evidências científicas que compõem o vasto acervo de conhecimentos, saberes e práticas que nos identificam como brasileiros e brasileiras. A defesa de um marco baseado na delimitação de um intervalo temporal arbitrário e convenientemente fixado é insustentável. Passado, presente e futuro são indispensáveis na formação de jovens profissionais, tanto quanto para as garantias de direitos básicos. Negar as práticas de subsistência, canto, pintura, culinária e cuidados à saúde dos povos originários cerceia a pesquisa e empobrece as reflexões sobre a sociedade brasileira. Sermos e podermos ser simultaneamente iguais e diversos perante à Lei, o respeito efetivo de nossa ancestralidade, é um passo indispensável em direção à defesa dos biomas, à descarbonização da economia e ao fim da violência", escreveu a Reitoria da universidade.
A UFRJ disse que permanece disposta a colaborar com as autoridades públicas para subsidiar decisões justas e equânimes.
Fonte: UFRJ