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Após duas quedas, desemprego volta a crescer no País, e chega a 12,7 milhões

Taxa de desocupação no trimestre chega a 12% da força de trabalho, a maior média em três anos para um trimestre encerrado em janeiro. Subocupação foi a 24,3%

Por Cezar Faccioli em 27/02/2019 às 11:59:23

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Após duas quedas consecutivas, a taxa de desocupação voltou a subir e chegou a 12% no trimestre móvel fechado em janeiro. A taxa é 0,3 ponto percentual superior aos 11,7% registrados no período encerrado em outubro pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), maior amostragem depois do Censo Demográfico, dentre os levantamentos do Instituto Brasileiro de Georafia e Estatística (IBGE). O aumento representou a entrada de 318 mil pessoas na população desocupada, totalizando 12,7 milhões de trabalhadores nessa condição. Já a subutilização da força de trabalho ficou em 24,3% no período, somando 27,5 milhões de pessoas nesse grupo.

“Com a entrada do mês de janeiro, houve um aumento da taxa de desocupação. É algo sazonal, é comum a taxa aumentar nessa época do ano por causa da diminuição da ocupação”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Ressalvando o efeito sazonal, associado à época do ano, Cimar destaca que este trimestre fechado em janeiro foi menos favorável que os períodos idênticos de 2018 e 2017. “Ano passado houve estabilidade na população ocupada e na desocupada, enquanto, neste ano, cresceu o número de desocupados”, complementa.

A categoria dos trabalhadores por conta própria cresceu 1,2% sobre o trimestre anterior (23,9 milhões de pessoas), o que significa um aumento de 291 mil pessoas neste contingente. Por outro lado, caíram os empregos sem carteira assinada do setor privado  (-321 mil pessoas, de um total de 11,3 milhões), além dos trabalhadores do setor público (11,5 milhões, ou 1,8% a menos). Enquanto isso, os empregados do setor privado com carteira assinada permaneceram estáveis (32,9 milhões), assim como os trabalhadores domésticos (6,2 milhões).

“Tivemos queda no contingente de empregados do setor privado e no setor público. No setor privado, isso atingiu, principalmente, os trabalhadores sem carteira assinada. Apesar disso, a informalidade aumenta ainda mais, com influência do crescimento dos trabalhadores por conta própria”, diz Cimar.
Enquanto isso, o grupo de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (6,8 milhões) e na força de trabalho potencial (8 milhões), assim como as desalentadas (4,7 milhões), que não procuraram emprego no período da pesquisa, apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior. A população fora da força de trabalho aumentou em 403 mil pessoas, somando 65,5 milhões no trimestre fechado em janeiro.

Por atividade, houve redução em Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (queda de 2,2%, ou 192 mil pessoas), Indústria (2,9%, ou menos 345 mil) e outros serviços (2,8%, ou menos 139 mil). Por outro lado, houve aumento no grupo Transporte, armazenagem e correio (2,8%, ou mais 129 mil pessoas).
Na contramão da queda na ocupação,rendimentos médios dos trabalhadores aumentam 1,4%
O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimado em R$ 2.270, o que representou crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior, quando esse valor era de R$ 2.240.  

“Houve aumento significativo no rendimento, mas esse aumento não se traduz em aumento na massa de rendimento, de R$ 205 bilhões, que se manteve estável, porque também houve queda na população ocupada. Isso pode ter sido causado por uma queda na ocupação justamente entre os trabalhadores de remuneração mais baixa, o que justificaria isso”, conclui Cimar.
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