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Exame de colonoscopia pode diagnosticar câncer no intestino precocemente e retirar lesões

Para evitar neoplasia, oncologista recomenda parar de fumar, evitar obesidade e adotar alimentação saudável

Por Portal Eu, Rio! em 21/09/2023 às 10:37:07

Colonoscopia. Foto: Divulgação

Parar de fumar, evitar a obesidade, moderar o uso de bebidas alcoólicas, praticar exercícios físicos e cuidar da alimentação são fatores que podem ajudar a prevenir vários tipos de câncer. Mas, no caso de tumores no intestino, uma outra medida pode evitar que a doença surja. Um exame chamado colonoscopia é capaz de diagnosticar lesões que podem evoluir para tumores e, ao mesmo tempo, retirá-las precocemente.

Segundo o oncologista Frederico Müller, do Hospital Marcos Moraes, o exame deve ser feito a partir dos 45 anos, como recomenda a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e, em alguns casos, até mesmo antes disso. Para pessoas com parentes próximos que tenham sido acometidos pela doença, a recomendação é se submeter ao exame 10 anos antes do diagnóstico do familiar. Ou seja, se o parente tiver apresentado câncer colorretal aos 45 anos, o filho deve fazer a primeira investigação aos 35 anos.

“A colonoscopia investiga alterações ao longo do intestino grosso e porção final do delgado. Podemos dizer que se trata de um exame diagnóstico e terapêutico, pois caso seja visualizado algum pólipo durante o procedimento, ele pode ser retirado e enviado para análise patológica. Isso é importante pois certos tipos de pólipos (neoplásicos) podem evoluir para um câncer de intestino ao longo dos anos (geralmente 8 a 10 anos)”, diz Müller. Contudo, o oncologista lembra ainda que nem todo pólipo tem potencial neoplásico.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados 45.630 novos casos anuais (entre 2023 e 2025) da doença no país. No Rio de Janeiro, são esperados 5.800 novos diagnósticos somente este ano, sendo 3.150 em mulheres e 2.730 em homens. Segundo Müller, já vem sendo notada a incidência da neoplasia em pacientes mais jovens. A cantora Preta Gil, por exemplo, foi acometida pela doença aos 48 anos. A incidência em pessoas abaixo dos 45 anos também cresceu. “Entendemos que esse aumento pode estar associado à alimentação inadequada, obesidade e falta de exercício físico. Outro fator que notamos é que mais exames de colonoscopia têm sido feitos, o que faz com que o percentual de descoberta de novos casos também suba”, explica o médico.

Segundo o oncologista do Hospital Marcos Moraes, unidade que oferece o exame, a colonoscopia de rastreio é importante porque o câncer de intestino é uma doença que pode ser silenciosa. Em alguns casos, os pacientes só descobrem a neoplasia quando está em estágio avançado, causando obstrução intestinal, sangramento ou dores abdominais.

Outros pacientes também podem apresentar sintomas como emagrecimento súbito, alteração no hábito intestinal (a pessoa que costumava ter prisão de ventre passa a apresentar diarreia ou vice-versa) e anemia. Sangue nas fezes também é um sinal — o que faz com que o exame de sangue oculto nas fezes também seja mais um recurso para a investigação.

Müller recomenda mudanças nos hábitos de vida como forma de prevenir o câncer colorretal. “Entre os principais, estão parar de fumar, diminuir o consumo de carne vermelha, evitar refrigerantes açucarados, retirar da dieta alimentos processados e ultraprocessados, além de aumentar o consumo de legumes, verduras e de grãos em geral. Também é preciso evitar a obesidade e fazer exercícios físicos regularmente”, alerta o médico.

A coordenadora de oncologia do Hospital Marcos Moraes e oncologista da Oncoclínicas Rio de Janeiro, Bárbara Sodré, também diz que é preciso prestar atenção ao consumo de gorduras para evitar o câncer colorretal. “Há gorduras boas, como a do azeite, abacates e nozes. Devemos evitar as saturadas, que estão nas manteigas, cremes, banha de porco, queijos e, também as gorduras trans, que estão presentes nos alimentos embalados, como salsichas, pizzas, biscoitos, entre outros. Para uma alimentação mais saudável, podemos utilizar o lema de descascar mais e desembalar menos”, comenta a especialista.

Os tratamentos para o câncer colorretal evoluíram muito. “Caso a pessoa seja acometida pelo câncer no intestino, é preciso manter a tranquilidade. Há várias opções de tratamento, além de cirurgia, indicada em alguns casos. É possível contar com quimioterapia, radioterapia e imunoterapia e terapia-alvo”, finaliza Müller.

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