É o que aponta um estudo internacional sobre efeitos e riscos do aquecimento global nas árvores do bioma, feito com a participação de pesquisadores da USP, a Universidade de São Paulo. As conclusões da pesquisa foram publicadas em artigo na revista científica britânica Nature.
Segundo o estudo, o aquecimento global pode elevar a 40°C a temperatura das folhas das árvores daquele bioma. E esse pode ser ponto de não retorno, com prejuízos para a fotossíntese, processo em que os vegetais transformam luz solar em energia química.
Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem de Leandro Martins, da Rádio Nacional, sobre o alerta da USP de um risco crescente de dano irreversível às árvores da Amazônia,
De acordo como o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, as medições dos cientistas revelaram que a temperatura média atual está em 34°C , bem acima da temperatura ideal, entre 24°C e 28°C, quando a fotossíntese das árvores de florestas tropicais atinge máxima produção.
Acima desse patamar, a estrutura da folha que faz as trocas gasosas com o ambiente, começa a fechar, a transpiração reduz e aumenta ainda mais a temperatura, formando um tipo de círculo vicioso. A avaliação da temperatura foi feita a partir de dados de satélite de alta resolução. Depois disso, folhas individuais foram avaliadas no campo, com termômetros específicos.
Entre as instituições que participaram da pesquisa, estão as universidades norte-americanas do Arizona, Carolina do Norte, Michigan e a britânica de Oxford.