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Samba sambou

São Clemente mostra no desfile que carnaval ficou longe do "povão"

Alas mostraram poder do dinheiro na festa momesca do Rio de Janeiro


Carro Abre-Alas e Ala Cara-Crachá. Fotos: Jorge Hely/Portal Eu, Rio!

Com a irreverência típica de seus desfiles, a São Clemente reeditou o enredo "E o samba sambou", de 1990. Com nova roupagem, a escola de Botafogo lamentou, no desfile, a transformação da festa momesca em megaespetáculo, valorizando artistas off-samba e deixando de lado bambas que deram a vida pelas agremiações. Atualmente, muitos deles foram deixados de lado e nem participam mais do carnaval na Marquês de Sapucaí. O objetivo da escola já ficava claro no carro abre-alas, que trazia Marilyn Monroe, que nada tem a ver com a folia do Rio.

Já na comissão de frente, a escola personificou o grupo de dirigentes da Liga Independente das Escolas de Samba (LIESA). Com cartolas, os membros encenaram uma sala de reuniões, onde definiam o futuro dos desfiles. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Fabrício Pires e Alexandra Justo, personificaram Michael Jackson e Madonna. "A crítica é para mostrar exatamente que o samba não sambou!", explicou Fabrício.

O carro abre-alas representou a meca dos astros, Holywood, ressaltando que a maior festa nacional virou um desfile de celebridades. O desfile da agremiação de Botafogo procurou chamar a atenção de que o "povão" não faz mais parte do carnaval da passarela do samba. Isso foi demonstrado claramente em alas como "fechando as portas para a folia" e "tem gringo no samba", assim como na alegoria "nosso povão ficou fora da jogada". O terceiro setor da escola mostrou o poder do dinheiro na folia, exemplificado nas alas "dirigentes poderosos", "quer pagar quanto" e "aluga-se baiana".


Fechando sua apresentação, a escola reviveu seus enredos dos anos 80 do século passado no desfile deste ano para demonstrar como eram os carnavais no sambódromo há cerca de 30 anos. O último carro alegórico mostrou a saudade da folia momesca da Praça XV, complementando com a ala "Setor Zero", numa alusão ao Canal do Mangue, onde a população sem acesso à festa se espreme para assistir a concentração das agremiações. "Trouxemos uma crítica muito forte contra a comercialização do carnaval. Esperamos conseguir trazer novamente a tradição da festa com este enredo de protesto", finalizou Thainã Freitas, destaque de chão da São Clemente, que representou a "luxúria" no desfile.

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