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CPI da Alerj vai apurar empresas devedoras do estado que recebem benefício fiscal

Objetivgo será propor formas de recuperar os créditos inscritos na Dívida Ativa

Por Portal Eu, Rio! em 11/03/2019 às 21:59:00

Foto: Julia Passos/Alerj

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para investigar a crise fiscal no estado vai oficiar a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz ) para enviar um documento informando a relação de todas as empresas inscritas na Dívida Ativa estadual que recebem benefícios fiscais. Dados do Governo do Estado apresentados durante audiência pública realizada nesta segunda-feira (11/03) atestam que 4 mil e 700 empresas em débito com a Fazenda estadual receberam R$ 500 milhões em benefícios fiscais nos últimos anos.

Segundo o presidente da CPI, deputado Luiz Paulo (PSDB), um dos principais objetivos da CPI será propor formas de recuperar os créditos inscritos na Dívida Ativa.“Existe um lei que estabelece que a empresa devedora do Estado não pode receber benefício fiscal. Por isso, vamos fazer um ofício à Secretaria de Fazenda para que a pasta nos encaminhe a relação completa de todas as empresas que estão inscritas. Também vamos pedir a relação das companhias que devem ao estado e recebem benefícios fiscais. O objetivo é cruzarmos os dados para depois termos uma proposta de conciliação”. A Dívida Ativa do Estado do Rio de Janeiro chegou a R$ 89 bilhões em 2017.

Luiz Paulo ainda informou que também vai pedir à Sefaz a relação das permutas de créditos tributários por precatórios. “Precatório é o que o estado tem que pagar e crédito tributário o que a empresa recebe. O que acontece é que a empresa muitas vezes não paga ICMS em troca de deixar de receber o precatório. Evidentemente sabemos que houve corrupção nisto”, explicou o parlamentar.

Cobrança inconstitucional

O Procurador-Geral do Estado, Marcelo Lopes da Silva, afirmou que apesar da demanda por celeridade, apressar a cobrança é inconstitucional. “Há um inconformismo nesta questão, mas o que não se esquece é que se uma empresa está inscrita na Dívida Ativa e questiona o débito, ela está exercendo o direito da ampla defesa. É o direito da instituição de combater uma eventual autuação que considera inadequada. Eu não posso retirar um benefício fiscal só porque há uma discussão judicial . Isto é inconstitucional”, avaliou

Assessor especial da Secretaria de Estado de Fazenda, Wildson Gonçalves de Melo afirmou que a arrecadação do estado foi muito comprometida pela corrupção dos agentes públicos. “A máquina de arrecadação do estado foi destruída nos últimos anos. Nossos esforço é para recompor o recolhimento de tributos. Estimamos que a arrecadação pode crescer R$ 2,5 bilhões por ano”, apontou.

A próxima reunião da CPI será na segunda-feira (18/03), às 14h, e o tema serão as compensações que a União transfere para o Estado do Rio por conta dos benefícios que são concedidos às empresas petrolíferas na exportação do petróleo.

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