Cerca de 20% da população mundial possui refluxo gastroesofágico. No Brasil, em torno de 12% das pessoas sofrem com a doença, que é o retorno do conteúdo alimentar presente no estômago de volta para o esôfago, podendo causar inflamações locais, além de diversos outros problemas à saúde.
Pigarro, inflamação na garganta, queimação, tosse seca persistente, rouquidão, dor abdominal, dor no peito (podendo inclusive ser confundida com infarto), regurgitação de alimentos, soluço, erosão dos dentes, mau hálito, pneumonia, asma e bronquite são os principais sintomas do refluxo.
Segundo a médica Thayla Amaral, as escolhas feitas no dia a dia são fatores determinantes para o surgimento da doença digestiva. “O refluxo aparece quando há uma alimentação desregrada, com maior ingestão de carboidratos, fastfoods, refrigerantes, derivados da cafeína, frutas cítricas e pimentas, por exemplo”. Mas não é só isso. “Alguns hábitos como se deitar após comer, ter sobrepeso ou obesidade, tabagismo, mastigação rápida, uso de determinados medicamentos, hérnia de hiato e alcoolismo também são causas relacionadas ao refluxo”, informa a médica cirurgiã especialista em Cirurgia Digestiva e Bariátrica.
Quadros alérgicos respiratórios também podem ter relação com o refluxo. Alguns pacientes que apresentam sintomas e fazem uma investigação para descobrir suas causas, podem ter alergias alimentares associadas que pioram o quadro dessa doença, como por exemplo intolerância à lactose e ao glúten, presentes em boa parte dos carboidratos.
Mas engana-se quem acredita que o refluxo pode ser inofensivo à saúde. “A cronicidade da doença pode trazer alterações graves no esôfago, como o câncer de esôfago, que pode causar os mesmos sintomas de um paciente com doença do refluxo, adicionado de disfagia (dificuldade para engolir alimentos sólidos ou líquidos), emagrecimento importante, entalo, dor no peito e/ou anemia”, explica a profissional.
Alguns alimentos podem até ser prejudiciais para o refluxo, mas outros, como gengibre por exemplo, podem aliviar e ter potencial anti-inflamatório para o trato digestivo. As castanhas em geral, legumes em suas diversas variedades e frutas não ácidas também ajudam a melhorar o quadro e são extremamente benéficas.
Além de uma alimentação adequada e balanceada, também é recomendado o uso de medicamentos que podem ser por curto ou longo período. Para aqueles que não alcançam sucesso com o tratamento clínico da doença do refluxo, a recomendação é buscar ajuda de um cirurgião digestivo para avaliar se há a necessidade de um procedimento cirúrgico para a melhora do quadro.