A Secretaria Nacional do Consumidor notificou, na sexta-feira, o Aeroporto Internacional de Brasília a prestar esclarecimentos sobre episódio com suspeita de conduta racista contra a porta-bandeira da Portela Vilma Nascimento, de 85 anos. Na última terça-feira, quando voltava ao Rio de Janeiro, depois de receber uma homenagem na Câmara dos Deputados, como parte da celebração do Dia da Consciência Negra, Vilma teve a bolsa revistada pela segurança de uma loja do aeroporto de Brasília.
Ela conta que ficou olhando perfumes enquanto a sua filha Daniella fazia uma compra. Ao sair do estabelecimento, uma segurança pediu que elas retornassem à loja, Vilma disse que precisou mostrar todos os objetos que estavam na bolsa e provar para a funcionária que não tinha furtado nenhum produto. Vilma e a Danielle pediram, sem sucesso, que a polícia fosse chamada, e tiveram que sair às pressas da loja para pegar o voo de volta para casa.
No documento, que dá prazo de 24 horas para a concessionária argentina Inframérica prestar esclarecimentos, a Senacon pergunta em qual setor o fato ocorreu; se é possível indiciar o responsável; quais medidas foram adotadas; se a segurança foi chamada; o que foi constatado e os procedimentos adotados.
A notificação da Senacon também pede envio de plano de ação direcionado a todos os setores do aeroporto para que tomem conhecimento de nota técnica elaborada pela Senacon, no Dia da Consciência Negra. A nota chama atenção para a importância de combater, proteger e assegurar a igualdade de tratamento à pessoa negra no acesso a produtos e serviços.
Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem de Daniella Longuinho, da Rádio Nacional, sobre a notificação da concessionária argentina Inframérica para que informe as circunstâncias do incidente em que Vilma Nascimento, porta-bandeira icônica da Portela, foi obrigada a abrir a bolsa, sob suspeita de furto, que revelou-se injustificada e portanto arbitrária.
Fonte: Com RadioAgência Nacional