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Traficantes do Alemão ameaçavam e cobravam propina de funcionários de empresa de telefonia

Investigação que culminou na prisão de DJ essa semana aponta para esse crime

Por Mario Hugo Monken em 24/03/2019 às 11:49:51

A investigação que culminou no processo que condenou Renan dos Santos Silva, o DJ Rennan da Penha, por associação ao tráfico, revelou que os bandidos do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, ameaçavam funcionários de uma das maiores empresas de telefonia do país, impedindo assim o fornecimento de internet de banda larga na favela. Segundo os autos, funcionários da tal concessionária foram levados à sede da associação de moradores e lá foram coagidos a dar alguma contraprestação pecuniária para que a companhia pudesse instalar ali um produto de internet a preço baixo. Somente uma firma poderia ali atuar, exercendo o monopólio da prestação de serviços de internet, uma empresa cujo sócio-gerente era irmão de um traficante de alta hierarquia do Comando Vermelho (CV).

A quadrilha possuía uma célula operacional e armada da organização criminosa especificamente voltada para o cometimento de delitos patrimoniais, principalmente nas praias e bairros da Zona Sul e Centro da Cidade, denominada ´Coreto´ ou ´Bonde do Injeta´, fazendo alusão ao uso de armas brancas. Os integrantes deste núcleo foram identificados pelo serviço de inteligência da unidade policial através do monitoramento dos registros de ocorrência de delitos patrimoniais, vigilância de redes sociais de relacionamentos e análises de imagens de câmeras de circuito de TV.  O Bonde do Injeta subtraía dinheiro, veículos e aparelhos telefônicos com a autorização dos líderes do comércio ilegal de entorpecentes do Complexo do Alemão.

A investigação identificou que alguns traficantes eram responsáveis pela parte financeira de arrecadação do dinheiro e contabilização da venda de drogas e outros eram responsáveis pelo gerenciamento de drogas individualmente e por preços nos pontos de revenda. Informa que naquela região havia mais de quinze pontos de revenda, nos quais as drogas eram divididas tanto por preço, quanto por espécie. Logo, tinha o responsável pela região, pelo ponto de revenda e, ainda, por cada tipo de droga e por preço. Menciona que a mercancia direta era feita por esses suspeitos e o guarnecimento desses pontos de revenda eram feitos por bandidos armados, muitos com pistolas e fuzis, havendo, ainda, outros indivíduos que estavam associados para informar a movimentação policial. Conta que na atividade de informar acerca de operações policiais, eles utilizam rádios transmissores e redes sociais na internet, como o Facebook. 

Os bandidos exploravam outras atividades ilícitas na comunidade, tais como a revenda de botijão de gás, água, distribuição de sinal clandestino de internet e televisão e do serviço de transporte, conhecido como ´mototáxi."

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