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Elymar Santos lota Teatro João Caetano em shows populares

Presença de palco, voz e sensualidade são marcas indeléveis do cantor

Por Edison Corrêa em 28/03/2019 às 19:27:59

Elymar lota Teatro João Caetano. Foto: Edison Corrêa.

Um dia, a "Divina" Elizeth Cardoso, uma das maiores cantoras do país, assistia ao Programa Sem Censura e se deparou com um cantor de cabelos longos encaracolados que entoava uma canção tal qual um pássaro. De imediato, tentou ligar para a produção jornalística da antiga TV Educativa (TVE) do Rio de Janeiro para saber quem era ele, sem sucesso. Mesmo doente, compareceu no dia seguinte ao show do artista, que se apresentaria no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, palco-referência da música popular brasileira. Ao adentrar o camarim foi apresentada àquela pessoa que a havia deixado petrificada: Elymar Santos, que a chamou para assistir ao espetáculo daquela noite. Convite aceito, no meio do show, Elizeth adentra o palco cantando e, ao final da apresentação, colocando a mão na cabeça de Elymar, diz: "eu te batizo em nome da música popular brasileira!". Poucas semanas depois morreria, deixando grande legado na MPB.




A estória acima, que no jargão jornalístico é chamado de "nariz de cera", é um dos "causos" contados por Elymar Santos em seu espetáculo que superlotou, em dois dias, o Projeto "Quinze pras 7" do Teatro João Caetano, promovido pela Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro (FUNARJ). Com participação do grupo Swing & Simpatia e uma banda com cinco músicos, o cantor mostra estar no auge da carreira artística, 30 anos após aquele histórico show no João Caetano.




"Cantei para um teatro lotado e, depois, para um público enlouquecido na Praça Tiradentes, gratuitamente", relembra Elymar, dizendo que este e o espetáculo do Canecão, que marcou o início de sua trajetória, foram os dois momentos mais marcantes de sua carreira. "Desta vez foram quase três horas de show com todos cantando os sucessos junto com ele. É o cara!", exultou João Luiz Azevedo, produtor do espetáculo.


De Elis Regina a Raça Negra

No palco, Elymar propõe a seu público um repertório com pérolas da MPB e do samba nacional, de Elis Regina e Cauby Peixoto, outro ídolo seu, passando por Raça Negra, entremeadas por canções autorais, como "Escancarando de vez", "Poxa", "Dez a dez", "Mal de amor", "Subindo pelas paredes", "Brigas", "Me ajude a te esquecer" e "Assim somos nós". Mesmo rouco, sua voz não desafina e sua presença de palco é destaque, levando à loucura as moças da plateia em poses e trejeitos sensuais. Atrás da banda, num telão, situações da carreira são mostradas ao público, bem como momentos de filmes românticos, como "Zorro", e até o Boi Garantido paraense na música homônima.




A apresentação, digna de um dez, traz um Elymar solto, popular (como diz um título de um dos shows de sua carreira) e com graves e agudos perfeitos. "Já me confundiram com o Emílio Santiago num supermercado", brinca o cantor entre as canções. O show termina com a bateria, as baianas e os casais de mestre-sala e porta-bandeira da Imperatriz Leopoldinense, escola de samba do cantor, que desfila todo ano pela agremiação de Ramos, seu bairro de coração. Um grand finale para um espetáculo na acepção da palavra.



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