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Chefão da Serrinha manda matar inocentes e aliados e age como milícia

Lacosta é um dos traficantes que está há mais tempo no poder na cidade.

Por Mario Hugo Monken em 07/04/2019 às 10:39:22

Lacosta comanda várias favelas no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

Sanguinário, ousado e exibicionista. Esse é o perfil de Walace de Brito Trindade, o Lacosta, que comanda várias favelas em Madureira, na Zona Norte do Rio, em especial o Morro da Serrinha. Ele é um dos traficantes que está há mais tempo no poder na cidade.

O bandido responde a pelo menos dois homicídios de pessoas inocentes na Justiça. Um deles foi o mototaxista Josué Diogo Luiz Souza Falcão. Ele foi morto em 2015 pelo fato de morar no Morro da Primavera, em Cavalcanti, dominado por uma facção rival. O rapaz foi assassinado depois de transportar uma mulher até a comunidade do Dendezinho, que pertence a Serrinha.

A outra morte atribuída a Lacosta foi do menino Ryan Gabriel Pereira dos Santos, que tinha apenas quatro anos quando foi assassinado em 2016. O criminoso ordenou que comparsas atirassem em um grupo de cerca de dez pessoas que comemoravam a Páscoa, no vizinho Morro do Cajueiro, também dominado por um grupo inimigo da Serrinha. O ataque só não fez mais vítimas porque as outras conseguiram se abrigar.  O garoto acabou morrendo.

Segundo investigações, Lacosta, que é vinculado ao Terceiro Comando Puro (TCP), domina as comunidades da Serrinha, Fazenda, Patolinha, São José e Dendezinho. Informes indicam que seriam centenas de fuzis e pontos de drogas, que rendem mensalmente, mais de R$ 700 mil  para a sua quadrilha.

Recentemente, surgiram imagens nas redes sociais de um arsenal de fuzis e metralhadoras que pertenceria ao bando de Lacosta, que é conhecido também como Tropa do Salomão.

A quadrilha também utilizaria drones para monitorar as comunidades. Este ano, foi descoberto também na área dominada por Lacosta um sistema de monitoramento de câmeras.

Com as sucessivas ações da polícia em seus redutos, Lacosta costuma se esconder no Complexo de Acari.

Ele também teria ligações com traficantes de Niterói pertencentes à mesma facção e até responde a um processo em uma Vara Criminal da cidade.

O bando já tentou invadir o Cajueiro e a Congonha, dominados pelo Comando Vermelho (CV) e, há poucos meses, atacou o Morro do Juramento.

Há denúncias também de que Lacosta estaria cobrando taxas de segurança a moradores e comerciantes de seus redutos. O valor seria de R$ 35. E que teria mandado executar vários aliados ao longo dos últimos anos por ameaças de "golpes de estado", desfalques nas finanças da quadrilha ou, então, por suspeitar que eles seriam informantes da polícia (X9).

Tamanha periculosidade do bandido fez o Disque-Denúncia aumentar de R$ 5 mil para R$ 10 mil a recompensa para quem prestar informações que ajudem na captura do criminoso.

O bandido gosta de ostentar riqueza. Há alguns anos durante uma operação na Serrinha, a polícia descobriu um acampamento de luxo do tráfico. A área de lazer possuía churrasqueira, piscina, quadra de futebol, televisão e ficava próximo da mata, num ponto protegido e estratégico da comunidade. Até jacarés já foram apreendidos em redutos do bando. Carros de luxo eram roubados pela quadrilha, tinham as placas clonadas e circulavam pelas comunidades.

Lacosta só tem uma condenação nas costas. Em 2005, ele foi sentenciado a sete anos de prisão pelo crime de tráfico de drogas. Ele fora preso pela última vez no mesmo ano portando 17,7 gramas de cocaína, além de portar uma pistola calibre 40 e 17 munições para pistola. A arma que estava com ele pertencia ao 6º BPM (Tijuca).

Em 2007 quando estava no regime semiaberto, não retornou ao Instituto Penal Plácido Sá Carvalho, e desde então vem sendo procurado pela polícia.

Na época em que foi preso, Lacosta era investigado por furtos a caixas eletrônicos. Ele tem 32 anos.





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