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Quando entrar na lojinha...

O trabalho minucioso por trás das lojas físicas das Casas Pedro

Centro de Distribuição da empresa, em São Cristóvão, processa todos os produtos que seguem para as lojas físicas da empresa


Fotos: Edison Corrêa/Agência Eu, Rio!

De uma pequena lojinha no Saara - centro comercial encravado no coração da cidade do Rio de Janeiro - que vendia produtos árabes e frutas, inaugurada em 1932, a 65 lojas físicas em todo o estado, que empregam 1.500 colaboradores e vendem mais de dois mil produtos alimentícios em granel. Estamos falando das Casas Pedro, uma rede carioquíssima que teve um planejamento feroz de expansão nos últimos 25 anos, podendo chegar brevemente a outros estados da federação, como São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais. O mais interessante é que não houve, de 1932 a 1990, nenhuma inauguração de novo empreendimento comercial além daquela loja em que os transeuntes cariocas direcionavam os clientes: a "Casa do Seu Pedro", daí advindo o nome do negócio. Aliás, o fundador, Pedro Mussalem, foi um comerciante libanês que veio para o Rio ganhar a vida, venceu e morreu nas próprias dependências de seu negócio, onde trabalhava e residia, no segundo andar do imóvel.


O Portal Eu, Rio!, na figura de seu Diretor-Executivo, Edison Corrêa, foi conhecer de perto o Centro de Distribuição (CD) dos produtos da empresa, de 8 mil metros quadrados , localizado no bairro de São Cristóvão. No local, onde houve um investimento recente de R$ 7 milhões, a variedade de produtos se destaca, inclusive algo reconhecido pelos clientes das lojas, que disseram em pesquisa interna se sentirem na "Disneylândia dos Alimentos". A empresa recebe e fraciona, no CD, mercadorias de 800 fornecedores do país e do mundo (mais de 20 nações), distribuindo para suas lojas físicas. "Temos uma logística própria desenvolvida para garantir produtos sempre frescos. Em média, há uma entrega por loja a cada dois dias e diárias em períodos sazonais", conta Felipe Mussalem, neto de Pedro, e atual Sócio-Diretor da Casas Pedro.


Segundo Felipe, a alavanca da expansão, por incrível que pareça, foi a pandemia. "A crise causada pela Covid-19 fez com que os pontos comerciais barateassem. A mão-de-obra também ficou mais acessível. Com isso, negociamos preços melhores para novas lojas e crescemos. Ficamos mais próximos das pessoas, pois os produtos a granel são mais baratos. A compra aumentou", lembra.


Outro ponto a ser destacado é que a companhia tem focado em digitalização. Em 2024, lançou o programa de fidelidade “Sou de Casa”, onde clientes cadastrados acessam ofertas personalizadas e sugestões de produtos, segundo seu perfil de consumo. A funcionalidade está disponível em todas as lojas. Ampliar a presença no e-commerce é uma estratégia para tornar a marca conhecida em outros estados. Atualmente, apenas 2% das vendas da Casas Pedro advêm de plataformas digitais, como o site próprio e aplicativo de delivery. Através de uma parceria com a Vtex, de soluções para comércio eletrônico, quer desenvolver o e-commerce em nível nacional e alcançar outros locais antes da abertura de lojas — passo que está no radar para breve.


A qualidade dos produtos é um item referenciado. A empresa conta com uma equipe de Nutrição composta por 70 nutricionistas trabalhando diariamente nas lojas e no CD dedicando-se aos processos de controle e armazenamento dos produtos para garantir a qualidade e o frescor. "Há uma gestão contínua da validade e de perdas, produto a produto. O mais interessante no que se refere especificamente a estes profissionais é que em algumas lojas, notadamente da Zona Oeste e Baixada Fluminense, eles também funcionam como orientadores dos clientes neste setor", destaca Ivo Ferreira, CEO da Casas Pedro.


Além da já citada expansão de lojas, a empresa também investiu em produtos próprios, como sucos em garrafa, chás em caixinhas e goma de tapioca, também alcançando o sucesso nas vendas. "A marca Viva, de multivitamínicos, criada por nós em 2023, alcançou um êxito rápido", lembra Carolina Cotta, Diretora de Marketing, ressaltando que há também venda de uma linha exclusiva de whey protein e creatina, no setor fitness. Prova disso é que, atualmente, a marca Casas Pedro já é a mais vendida nas lojas.


Voltada para o futuro, a empresa não fica estática no tempo e investe nos recursos humanos da casa. "Temos parceria com a Fundação Roberto Marinho com oportunidades de formação no Ensino Médio, incluindo posições de alta liderança e operação de loja; criamos a Escola Pedro, de capacitação através do Ensino à Distância (EAD), otimizando processos pelo desenvolvimento de trilhas personalizadas em diferentes funções, atingindo gestores, lojas e operação; e também fundamos a Escola de Liderança, onde mais de 160 colaboradores são treinados em 20 aulas/160h, contando com palestrantes externos e cases de Universidades Yvy League", diz Carolina.


Além dos funcionários, a Casas Pedro também está de olho na sustentabilidade, tema em voga no mundo contemporâneo. "Buscamos um consumo econômico, sem desperdício, com a democratização do granel, ofertando ao consumidor uma alta variedade de produtos com preços acessíveis, quantidade customizada e facilidade na experimentação, possibilitando um consumo sem excesso e desperdício de alimentos. Também temos um programa de incentivo ao uso de potes reutilizáveis que podem ser comprados ou levados até nossas lojas para servirem de compartimento durante a compra, reduzindo a produção de lixo e uma fazenda solar que gera nossa energia", revela Ivo.


Voltando ao Centro de Distribuição, a sensação - a cada setor que foi visitado - é de grandiosidade e profissionalismo. De bacalhau a azeitona, de damasco a castanha, de palmito a mel, os produtos são separados e selecionados, sendo levados às vans do transporte em caixas bem acondicionadas. Todos eles recebem algum tipo de processamento, como mix de nuts e temperos moídos. O citado bacalhau, inclusive, é manipulado por funcionários da rede, sendo cortado também em lascas. "Processamos tudo!", garante Felipe.


Certamente, uma experiência válida e diferente que o fundador Pedro não imaginaria naqueles idos dos anos 30 do século passado em sua mercearia.

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