A segunda edição da Pesquisa ESG, da ONG JA Rio de Janeiro, realizada entre janeiro e fevereiro de 2024, mostra que 90,9% das pessoas voluntárias de um dos projetos da organização afirmam já terem ouvido falar sobre ESG (Ambiental, Social e Governança, em tradução livre) no ambiente de trabalho. As pessoas entrevistadas atuam ou atuaram na Trilha Empreendedora, iniciativa que desde 2017 inspira e prepara estudantes do Ensino Médio da rede pública de ensino para o mercado de trabalho, contribuindo com o combate à evasão escolar e com o aumento da empregabilidade entre os jovens mais vulneráveis.
O conceito ESG reúne três pilares de um modelo bem-sucedido de estratégia para negócios e marcas, cada vez mais executado ao redor do mundo e no Brasil. Com o objetivo de analisar a percepção dos colaboradores acerca dos benefícios de se investir em projetos de responsabilidade social, o levantamento contou com uma amostra de 22 pessoas voluntárias participantes (saiba mais), além de recortes por gênero (63,7% masculino, 31,8% feminino e 4,5% não-binárias) e escolaridade (86,5% com pós-graduação, MBA ou mestrado; 4,5% com graduação completa; 4,5% com nível técnico; e 4,5% com nível médio).
Desse total, 81,8% avaliam que o apoio financeiro a programas sociais, em especial à Trilha Empreendedora, fortalece a prática de cidadania corporativa e responsabilidade social de seus colaboradores. Além disso, 81% concordam que a empresa na qual trabalham busca conhecer, implantar e ampliar práticas de ESG. Ambos os números se mantiveram estáveis nos dois primeiros anos da pesquisa.
Benefícios do voluntariado corporativo e a jovens
O estudo também perguntou quais os benefícios observados após a participação no projeto. Três respostas se destacam em relação à atuação voluntária na iniciativa: 1) ajuda a inspirar jovens na construção de um futuro produtivo; 2) trata-se de uma oportunidade de aprendizado compartilhado; 3) é possível desenvolver novas habilidades e aprimorar a sensibilidade e empatia.
Os outros tópicos analisados foram: apoiar a corporação na implementação do “S”; sentir-se mais engajado; melhorar o networking; obter experiência na área de produção; aumentar as chances de empregabilidade; elevar a satisfação e o orgulho de pertencimento à empresa; ampliar a base conceitual do conhecimento técnico; afastar-se do tédio; melhorar o clima da empresa; contribuir positivamente para a formação de jovens; e desenvolvimento técnico.
Aposta no ESG além das fronteiras corporativas
Em 2024, a aposta da JA Rio de Janeiro é se posicionar ainda mais como uma parte da solução do “Social” da sigla ESG no mercado, que há 25 anos conta com a organização como uma parceiras em programas de responsabilidade social voltados para a educação e a formação empreendedora de jovens da rede pública de ensino (instituições particulares também podem investir nos programas da organização). A JA Rio de Janeiro acredita que, conforme as premissas do ESG, as empresas têm a responsabilidade de compensar a sociedade diante dos diferentes impactos causados nos contextos nos quais estão inseridas.
Para a diretora-executiva da JA Rio de Janeiro, Renata Guimarães, o ESG vai além da sustentabilidade das empresas, uma vez que envolve consciência coletiva, responsabilidade, transparência e comprometimento para garantir a sobrevivência das espécies que habitam o planeta, inclusive o ser humano.
“O S do ESG tem tudo a ver com o nosso trabalho. Os nossos programas impactam positivamente todas as partes interessadas das organizações. As grandes empresas já consideram as novas tendências de consumo dos clientes, que hoje priorizam marcas que se dedicam aos temas socioambientais. Por meio dos nossos programas, que podem ser aplicados em diferentes contextos, de forma totalmente customizada, contribuímos com resultados e indicadores como ESG, medições de Empresas sistema B e ISO 26.000 de Responsabilidade Social. Além disso, atuamos na formação de jovens e pessoas em situação de vulnerabilidade, com baixas expectativas profissionais. Não basta mais a instituição gerar empregos e pagar impostos, ela precisa se preocupar cada vez mais com os impactos social e ambiental que causam”, ressalta a executiva.
Projeto Trilha Empreendedora
O projeto Trilha Empreendedora — realizado pela JA Rio de Janeiro, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc-RJ), e com o apoio do Instituto Bob’s e empresas associadas ao Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) — promove o desenvolvimento de habilidades e competências socioemocionais por meio da metodologia “aprender fazendo”, o que ajuda a combater a evasão escolar e potencializa a entrada dos jovens no mercado de trabalho.
Os estudantes desenvolvem habilidades fundamentais para o desenvolvimento pessoal e profissional e aprendem de forma prática e imersiva sobre temas como empreendedorismo, educação financeira, preparação para o mercado de trabalho, sustentabilidade, economia, cidadania, ética e muito mais.
De 2017 a 2023, o projeto proporcionou mais de 46 mil experiências a quase 26 mil jovens, em 36 dos 92 municípios fluminenses. Somente no ano passado, a iniciativa contou com 122 escolas públicas participantes, mobilizando 334 participações voluntárias oriundas das empresas apoiadoras da iniciativa. Somente na edição de 2024, a iniciativa pretende envolver cerca de 9 mil estudantes de aproximadamente 140 colégios da rede estadual fluminense.
Para fazer o download da íntegra da pesquisa, acesse:
https://conteudo.jarj.org.br/pesquisa-esg-2024