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Curso de inglês afrocentrado abre novas vagas em celebração ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Língua inglesa transforma realidade profissional de diversas mulheres negras

Por Portal Eu, Rio! em 28/07/2024 às 12:52:30

Foto: Divulgação

Um curso especializado em ensinar a língua inglesa, a partir de elementos de culturas negras diversas, esse é o Ifé English Course, que está prestes a abrir novas inscrições. O IIfé English Course é um negócio gerido por mulheres pretas, que está transformando a vida profissional de outras mulheres pretas. Pensando nisso, neste semestre, a iniciativa homenageia o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado no último dia 25 de julho. As novas inscrições para o curso irão até o dia 05 de agosto.

Além das turmas do curso regular, com mensalidade de R$ 99,90 o Ifé está trabalhando com duas novas frentes: Ifé Business, dedicado à empresas, grupos e instituições, e Ifé Scholarship, programa de financiamento de bolsas de estudo.

O curso foi pensado a partir de experiências e dificuldades semelhantes, enfrentadas por pessoas que vivem a dificuldade de conciliar o investimento na língua inglesa com os estudos e trabalho. Guia de turismo desde 2018, Luana Ferreira, de 35 anos, faz parte desse grupo de pessoas que não contam com privilégios para alcançar os objetivos. A moradora da Barra da Tijuca relembra a trajetória de superação e retorno para sua área de atuação, que só foi possível a partir do Ifé English Course.

“Hoje eu trabalho com turismo afro referenciado e quando entrei no Ifé, estava nessa busca de me recolocar no mercado de trabalho do Turismo. Sou formada desde 2014, trabalhei no ano de 2015, mas saí do mercado, pois não consegui me encaixar no Turismo, porque eu não falava inglês, então eu ganhava muito pouco só com os grupos em português. Cheguei a fazer um curso convencional por um ano, mas não deu certo. Pelas redes sociais vi a divulgação de um grupo de estudos em inglês. Na época não existia a ideia de curso, não tinha nem professor ainda, era um grupo de estudos, de bate-papo em inglês. Passei o ano de 2017 estudando e me preparando, conhecendo pessoas pretas e histórias de viajantes, me empoderei e em 2018 retornei para o mercado de trabalho. Se não fosse o Ifé, a rede de empoderamento que fiz lá e o conteúdo que a gente discutia em sala de aula, eu não sei como teria sido. Além do vocabulário, que foi fundamental para trabalhar com turismo afro referenciado, por exemplo. Então estou muito feliz, porque a metodologia do curso casa com o meu trabalho e se não fosse o Ifé, hoje eu não estaria no mercado de trabalho ou o processo teria sido muito mais difícil”, contou Luana.

Neste semestre, o Ifé English Course celebra o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, que foi comemorada em 25 de julho, de grande importância para a luta e resistência da mulher negra. Esta data serve para reforçar a força, a resiliência e as contribuições significativas dessas mulheres para a sociedade.

Ao longo dos anos, essa data tem se estabelecido como um momento de reflexão sobre a história, as conquistas e os desafios enfrentados pelas mulheres negras, latinas e caribenhas. A guia de turismo, Raquel Oliveira, de 50 anos, é uma mulher negra que ultrapassou barreiras para realizar seus sonhos. Moradora de Bangu e ex -aluna do curso, ela falou sobre a importância do Ifé para o seu crescimento profissional e pessoal e relembrou as dificuldades enfrentadas em outras instituições.

“O Ifé foi muito importante na minha formação, porque antes eu trabalhava só com o mercado nacional, porque eu não falava inglês. Depois que conheci o Ifé, vi um aumento significativo no número de clientes, porque comecei a atender o público internacional, isso me deu mais visibilidade e uma coisa foi puxando a outra. No Ifé agreguei, tanto a língua e o idioma, para que em 2022 eu começasse a atender o público estrangeiro, quanto também agregou conhecimento sobre a cultura afro brasileira, sobre a cultura afro diaspórica em geral e cultura afro no mundo. Hoje eu recebo gente do mundo todo, porque eu consegui ter acesso a conhecimentos de uma forma bem leve. A metodologia do Ifé é muito legal, porque a gente não se sente excluído, pois está todo mundo ali no mesmo barco e todo mundo entende a dificuldade do outro. Já fiz curso em instituições regulares e mesmo sendo nova, eu era a mais velha da turma, porque eram pessoas que viviam em outro contexto social e racial e que tinham mais oportunidades que eu. Então eu ficava ali sendo um peixe fora d’água, “a estranha”, a mais velha que não sabe falar inglês, que fala errado, etc. E no Ifé a gente não tem isso, lá eu participei de turmas regulares, mas também participei da turma multinível e era super tranquilo, tinha aluno iniciante e de todos os níveis, trocando e aprendendo junto. No Ifé eu vejo muito dessa pluralidade, desse espírito de cooperação, de comunidade negra e eu acho isso fantástico” expressou Raquel.


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