A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) vai reunir em São Paulo, de 23 a 25 de maio, cerca de 400 pediatras e especialistas em adolescência de todo o país e do exterior para debater os principais problemas enfrentados hoje por essa faixa etária (12 a 18 anos), que representa 29% da população brasileira.NoBrasil,isso significa 60 milhões de pessoas.O15º Congresso Brasileiro de Adolescênciatraz pautas como sexualidade,inclusão social,bullying, suicídio e homicídios/atentados como o da escola de Suzano, marcando a volta a São Paulo após 30 anos da primeira edição.
De acordo com a coordenadora do evento, a pediatraMaria Sylvia de Souza Vitalle,presidente do Departamento de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e chefe do Setor de Medicina do Adolescente da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP),o objetivo éacessar aos profissionais as mais recentes produções científicas e pesquisas clínicas que estão sendo realizadas sobre a adolescência.
Com o tema"Adolescente do século XXI: Mudaram eles ou mudamos nós?", o Congresso vaidiscutir, além das questões mais comuns e relevantes para quem atua com o adolescente no dia a dia, também questões emergentes ou negligenciadas no atendimento e acompanhamento dessa população. AProgramação(anexo) oferece palestras e debates que vão da nutrição, princípios éticos e questões controversas nas consultas médicas com adolescentes até os índices de mortalidade e transtornos como anorexia e bulimia. Passando por autolesões,piercings, tattoose marcas corporais, o uso de maconha medicinal e de drogas lícitas e ilícitas, sexualidade e questões de gênero, gravidez precoce e anticoncepcional. Também estão na pauta a inclusão social de adolescentes com deficiência, os riscos da vida nas ruas e o preconceito enfrentado por jovens imigrantes e refugiados no Brasil. Além dos impactos da internet e da cultura digital sobre os adolescentes.
Junto com os pediatras e especialistas em adolescência, ainda participam estudantes e profissionais da enfermagem, pedagogos, psicólogos, dentistas, professores de educação física, fisioterapeutas e advogados. Mais entidades como a ONG Mães pela Diversidade, que atua nacionalmente como rede de apoio para jovens LGBTs e participará de uma roda de conversa.
Aassessora regional de Saúde do Adolescente da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Sonja Caffe, abrirá as palestras no dia 23. Elavem apresentar aAção Acelerada Multissetorial para a Saúde dos Adolescentes (AA-HA!), mais recente programa da OPAS e queabrange a saúde dos adolescentes em três estágios: na própria adolescência, na vida adulta e nas próximas gerações.
"Vamos reunir e acessar aos profissionais o que há de melhor e mais recente na atenção integral ao adolescente, partindo de ações projetadas para fortalecer também a família e o meio em que eles vivem", ressalta Maria Sylvia."Com isso, mostramos à sociedade que esta parcela da população é parte atuante da solução dos problemas - e não mais um problema para os adultos".