Poesia no Complexo do Alemão

Neste Domingo (05), será realizada a celebração dos dois anos do Slam Laje, que é a primeira batalha de poesia no Complexo do Alemão. O Slam Laje é um projeto independente idealizado por Mc Martina e AL Neg, poetas e produtores, ambos moradores do Conjunto de favelas do Alemão e da Penha. O evento será no espaço Abraço Campeão, às 14h, na Avenida Itaóca, 1174, em Bonsucesso.

O Slam Laje acontece desde abril de 2018, circulando nas comunidades do conjunto de favelas do Alemão. O objetivo é passar a mensagem da favela para além das comunidades, através das batalhas de rap que são a marca registrada deste tipo de evento. O slam terá microfone aberto para quem quiser mandar suas letras e performances e os poetas que desejarem se inscrever para a batalha de poesia deverão chegar mais cedo para garantir sua participação, pois haverá um limite de inscritos.

Segundo os organizadores, são dois anos de resistência em meio ao caos oriundo das operações policiais e das questões vivenciadas no dia a dia das favelas.

“O Slam Laje é mais que Batalha de Poesia, é uma fuga da realidade que vivemos dentro da favela, e mais do que isso, é lazer para sair um pouco da vida monótona do cotidiano dos moradores e moradoras. Sempre buscamos passar informações de modo interativo, e nesse aniversário de 2 anos, não será diferente. Terá muita poesia, música, dança e demais atividades artísticas. Não só de violência vive a favela ela também é poesia viva.”, disse Jaqueline Alves, poeta, que vive na conexão SP x RJ, uma das integrantes da equipe do Slam Laje.

O evento contará com diversas atrações, inclusive de outros estados como São Paulo, Minas Gerais e Ceará. Entre os confirmados, teremos a Ryane Leão, professora e poeta cuiabana, que publica seus escritos na página Onde Jazz Meu Coração e recita seus poemas nos saraus e slams da cidade; Coletivo Natora, um grupo de Rap formado por três jovens moradores da periferia de Fortaleza/CE; Larissa Paiva, artista independente e moradora da periferia de Fortaleza/CE; Jardson Remido, poeta marginal, malabarista de proparoxítonas com passagem na biblioteca por porte ilegal de inteligência e apologia à leitura, fará uma intervenção poética.

Além da poesia, a música black será presença marcante com a apresentação do Dj Piájay que  trabalha a musicalidade de rua que envolve a cultura do rap, funk e black music e o poeta João Paiva, de Belo Horizonte, MC da cultura hip hop, poeta e professor da rede pública de Minas Gerais. João ganhou o campeonato nacional de poesia, o Slam BR e foi para Paris representar o Brasil. No mesmo ano, lançou o seu primeiro álbum solo intitulado “A Balada do Guerrilheiro”.

E para encerrar lá em cima, o Slam Laje terá um Pocket show com um dos pioneiros do estilo Freestyle (rap com letras improvisadas acerca de um tema) no Brasil, o MC Marechal. Ele realizou na Fundição Progresso a primeira edição da Batalha do Conhecimento, evento que se tornou referência para os realizadores de batalhas de MC's em todo o país. Além de criar o Projeto Livrar, que é uma iniciativa que distribui livros gratuitamente para o público após seus shows.

Batalhas

O Slam são batalhas de poesias, onde os poetas trazem em suas letras vivências do cotidiano como poesia marginal e literatura periférica, disputando a atenção do público com letras viris e engajadas.