O estresse é uma condição que afeta a saúde de diversas formas, especialmente nas mulheres. Além de estar relacionado a problemas como ansiedade e depressão, o estresse crônico é um dos principais fatores que contribuem para o aumento da obesidade entre as mulheres no Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2023, a obesidade atinge 29,5% das mulheres brasileiras, e o estresse é um dos elementos-chave nessa equação.
A médica ginecologista Manu Azevedo explica que o estresse prolongado desencadeia um aumento nos níveis de cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”. “O cortisol, quando elevado por longos períodos, altera o metabolismo do corpo, promovendo o acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal. Esse acúmulo não só contribui para o ganho de peso, mas também aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes”, alerta a especialista.
Estudos recentes mostram que as mulheres são mais suscetíveis ao estresse crônico do que os homens, devido a fatores hormonais e ao acúmulo de responsabilidades que vão desde o trabalho até os cuidados com a família. Segundo Manu, o estresse também influencia o comportamento alimentar. “Muitas mulheres, sob estresse, tendem a buscar conforto em alimentos ricos em açúcar e gordura, o que agrava ainda mais a situação. Esse comportamento, aliado ao sedentarismo que muitas vezes acompanha o estresse, cria um ciclo vicioso que torna muito difícil a perda de peso”.
No Brasil, a relação entre estresse e obesidade é um tema de preocupação crescente. Dados do Ministério da Saúde indicam que a prevalência de obesidade entre mulheres aumentou cerca de 60% na última década. Esse cenário exige atenção especial para as políticas de saúde pública que visam reduzir os níveis de estresse na população feminina, promovendo uma vida mais saudável e equilibrada.
“É essencial que as mulheres reconheçam os sinais de estresse e busquem estratégias para gerenciá-lo, como a prática regular de atividade física, técnicas de relaxamento, e, quando necessário, o acompanhamento psicológico”, aconselha a ginecologista. Ela destaca ainda que o acompanhamento médico é fundamental para monitorar o impacto do estresse na saúde física e mental.