Nesta sexta-feira (06), o Brasil vai celebrar o Dia do Sexo, uma data marcada para estimular discussões sobre a sexualidade, o prazer e a saúde sexual de homens e mulheres. Embora o tema frequentemente remeta à diversão e intimidade, há questões sérias que afetam o prazer e a qualidade de vida de muitas pessoas. Uma delas é a ejaculação precoce, uma condição que afeta aproximadamente 30% dos homens brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Este distúrbio sexual é caracterizado pelo orgasmo e a excreção de sêmen logo após ou mesmo antes da penetração, e pode afetar homens de todas as idades, desde adolescentes até adultos mais velhos.
A ejaculação precoce ocorre quando o homem não consegue controlar o orgasmo, levando à ejaculação involuntária. As causas podem variar de disfunção erétil e inflamações na próstata até quadros de ansiedade e estresse. Estima-se que quase metade dos homens brasileiros já experimentou o problema em algum momento da vida, embora a prevalência possa ser subestimada devido à dificuldade em reconhecer e buscar ajuda médica.
Segundo Luiz Otávio Torres, presidente da SBU, produtos como cremes, sprays e géis tópicos não têm eficácia comprovada para o tratamento da ejaculação precoce. “Muitas vezes, a pessoa acredita que esses produtos podem funcionar, o que diminui a ansiedade e melhora temporariamente o quadro, mas não o cura”, explica Torres.
Métodos alternativos, como a medicina chinesa, ayurvédica e acupuntura, também não apresentam evidências científicas de eficácia. Torres pontua que, embora esses métodos possam aliviar a ansiedade em alguns casos, eles não são considerados soluções médicas válidas no Ocidente.
O uso de preservativos e posições sexuais específicas são, por vezes, sugeridos como métodos para controlar a ejaculação. A psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo recomenda posições em que a mulher está de lado ou por cima do parceiro, que podem amenizar, mas não resolver o problema. “Lembrando que a ejaculação precoce ocorre antes de um minuto após a penetração, enquanto a média de tempo na população masculina geral é de 5,4 minutos”, ressalta Abdo.
A masturbação, realizada uma a duas horas antes do ato sexual, pode ser uma tática para alguns homens, ajudando a reduzir a ansiedade. No entanto, não é considerada uma solução definitiva. Exercícios para o assoalho pélvico também são sugeridos como parte de um tratamento combinado, visando fortalecer os músculos pélvicos e reduzir a incidência do problema.
Os especialistas concordam que uma abordagem combinada de medicamentos e terapia sexual é a mais eficaz. “Historicamente, os medicamentos mais usados para ejaculação precoce são os antidepressivos da classe dos inibidores da recaptação da serotonina, de uso diário. Recentemente, foi lançado no Brasil um medicamento, com o cloridrato de dapoxetina como princípio ativo. Ele é utilizado de uma a três horas antes da relação com resultados bem eficazes”, revela o presidente da SBU.
Para lidar com as causas psicossomáticas da ejaculação precoce, a terapia sexual breve é uma alternativa eficiente. Esse tipo de tratamento psicológico ensina técnicas de controle ejaculatório e exercícios que visam reduzir a ansiedade durante o ato sexual.
A ejaculação precoce é um problema que pode ser abordado de várias formas, mas a combinação de medicamentos e terapia sexual continua a ser a mais indicada pelos especialistas. No Dia do Sexo, a conscientização e a busca por informações corretas são fundamentais para enfrentar o problema e encontrar o tratamento adequado.