Tensão, Flamengo e Libertadores chegam a flutuar na mesma frase. Após o empate por 0 a 0 com o Peñarol, no Estádio Campeón del Siglo, o rubro-negro garantiu vaga para as oitavas de final da competição. O resultado foi mais tranquilo devido a vitória da LDU por 4 a 0 em cima do San José, em Quito.
O clube carioca termina a primeira fase na liderança do grupo D, com 10 pontos, seguido da LDU, que detém a mesma pontuação. Curiosamente, o Peñarol, terceiro, também fechou a fase de grupos com 10 pontos, mas o saldo de gols o leva para a Copa Sul-Americana. Outro fato importante é que os três clubes venceram seis, empataram três e perderam uma partida.
Mais uma vez, o Flamengo quase deixa a competição na primeira fase. Seria a quarta eliminação em seis edições disputadas desde 2010. Os reveses contra Emelec, León e San Lorenzo, em 2012, 2014 e 2017 respectivamente, quase teriam um novo capítulo com Peñarol, em 2019.
PRÓS
O Flamengo teve a torcida como o seu principal triunfo na primeira fase. Nos jogos contra o LDU, Peñarol e San José, o público lotou o Maracanã para apoiar a equipe.
Motivado pela torcida, o clube carioca pressionava os três adversários com jogadas por zona e marcação alta, mesmo com a única derrota para o Peñarol, com gol de Viatri.
Falando em gols, as largas vitórias contra LDU e San José em casa - 3x1 e 6x1 - o ajudou a carimbar um bônus para as próximas fases: A decisão em casa.
Peças importantes ajudaram o Flamengo para a classificação. Bruno Henrique ajudou o lado ofensivo do time, junto com Everton Ribeiro, Diego e até Arrascaeta nas últimas rodadas. Com jogadas precisas, concentradas no meio do campo, a equipe teve facilidade de infiltrar.
No lado defensivo, destaque para Renê e Cuellar. O lateral driblou a desconfiança e conseguiu demonstrar segurança em jogos que precisavam. Já o volante foi o "pitbull" e guardião da segunda linha de marcação, sendo importante na última rodada contra o Peñarol.
Destaque para Arrascaeta, que fez o time mudar de sintonia quando entrou de vez nos jogos, a partir da derrota para os uruguaios no Maracanã.
CONTRAS
Um dos contras que mais preocupou o torcedor rubro-negro foi o fator fora de casa. Tirando o duelo com San José em Oruro, na Bolívia, o Flamengo sucumbiu a pressão contra LDU e Peñarol. Apesar de ter tido muito mais chances claras de gol do que a equipe uruguaia, o time de Abel Braga se retrancou a partida da expulsão de Pará, possibilitando jogadas aéreas em abundância na área.
A pressão interna do clube, com alguns conselheiros pedindo a saída de Abel, foi um fator determinante da queda de rendimento, que quase o levou a eliminação na Liberta. Era esperado uma equipe enfraquecida, devido a pressão da torcida após a derrota para a LDU, em Quito, e a nota oficial "glorificando" a Florida Cup.
O que pecou foi o lado ofensivo. Quando pressionado, a dupla de zaga Léo Duarte e Rodrigo Caio demonstrava nervosismo em sua área, com chutões, passes sem direção e falha na marcação. O lateral Pará fez partidas irregulares nos jogos fora, cometendo erros - como chutões e bolas nos pés dos adversários - que foram determinantes para a derrota contra a LDU, por exemplo.
No lado do ataque, o Flamengo não tem peças de reposição. Vitinho mostra um futebol completamente destoado do que o rubro-negro tem que oferecer. Em todas as partidas que precisou dele, o jogador foi muito abaixo.
Se Abel Braga atendesse o óbvio, estaria classificado já na primeira rodada do segundo turno. Ignorando a entrada de Arrascaeta, o Flamengo ficou sem efeito no meio de campo, sucumbindo à derrota para o Peñarol em casa.