A Universidade Castelo Branco, em Realengo, Zona Oeste do Rio, foi palco das visitas de dois dos candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro, Tarcísio Motta, do PSOL, no último dia 16, e Rodrigo Amorim, do União Brasil, no dia seguinte (17).
Tarcísio Motta trouxe como lema a frase: "O futuro do Rio precisa ser diferente". Durante sua apresentação, Motta destacou as dificuldades enfrentadas pela Zona Oeste, caracterizada por um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo e alta densidade populacional.
O candidato apresentou dados preocupantes sobre a região, revelando que a Zona Oeste registra a maior taxa de criminalidade em comparação à Zona Sul. Ele também enfatizou que, segundo informações recentes, o Rio é a cidade da Região Sudeste com o maior número de pessoas em situação de vulnerabilidade, com base no número de famílias cadastradas no programa Bolsa Família. Motta ainda argumentou que os gastos com o sistema de transporte público municipal seriam suficientes para eliminar as tarifas de ônibus na cidade. As propostas de Tarcísio Motta têm como foco o combate às desigualdades sociais e territoriais, visando à inclusão social e à redução da distância geográfica e social entre diferentes áreas do município. Entre seus principais objetivos estão a priorização da educação, transporte, cultura e saúde. O PSolista se comprometeu a ampliar a rede de creches e de equipamentos culturais, assim como a abolir as tarifas do transporte urbano e explorar novos modais de transporte. No que diz respeito à segurança nas escolas municipais, Motta destacou a importância do acolhimento para crianças e famílias, propondo a criação de equipes multidisciplinares, o reforço da ronda pela guarda municipal e a contratação de porteiros efetivos nas unidades escolares. Além disso, ele pretende promover ações de saúde, prevenção de doenças e incentivar práticas esportivas por meio da construção de vilas olímpicas.
Já o bate papo com Rodrigo Amorim ocorreu pacificamente, em contraste com debates anteriores na UFRJ e PUC/Rio, onde foi recebido com hostilidade. Amorim encontrou um ambiente tranquilo na UCB, permitindo que desenvolvesse seus pontos de vista sobre os principais problemas enfrentados pela cidade.
Durante o evento, mediado pela jornalista Elza Calazans, o candidato destacou a importância de buscar parcerias público-privadas nas áreas de educação e saúde. Na educação, Amorim propõe aumentar salários e o número de mediadores nas salas de aula. Para a saúde, ele sugere a realização de mutirões para atender a fila do Sistema de Regulação (Sisreg), a integração de prontuários entre os entes federados e o fortalecimento do diálogo com universidades para melhorias no setor.
Outra proposta de destaque do candidato é o fortalecimento da Defesa Civil Municipal, que ele pretende elevar ao status de Secretaria. O objetivo é aprimorar intervenções urbanísticas e habitacionais na cidade, especialmente em relação aos problemas causados pelas chuvas. No que diz respeito ao transporte, o candidato defende a fixação de negócios na Zona Oeste, visando reduzir a necessidade de deslocamento dos moradores para as regiões centrais da cidade. Amorim enfatizou a segurança pública como seu principal foco, propondo uma política de tolerância zero à criminalidade e a ampliação da presença policial nas ruas. Além disso, o candidato planeja a criação da Secretaria de Favelas, que será responsável por desenvolver políticas públicas específicas em áreas como saúde, urbanização, economia e meio ambiente, oferecendo incentivos fiscais, capacitação permanente e estímulo ao empreendedorismo.