Espetáculo de dança inspirado em Rita Lee chega ao Sesc Copacabana

Apresentações de “Lá Vem Ela” acontecem em dois fins de semana de outubro

Por Portal Eu, Rio! em 08/10/2024 às 11:22:30

Fotos: Divulgação/Fabio Bouzas

Inspirado em Rita Lee – tanto nas músicas quanto na figura irreverente da cantora –, o espetáculo “Lá Vem Ela”, espetáculo selecionado por meio do Edital de Cultural Sesc RJ Pulsar, faz a sua primeira apresentação no Rio de Janeiro. A temporada da performance em terras cariocas acontece entre 10 e 13 de outubro; e 17 e 20 de outubro, no Mezanino do Sesc Copacabana.

A montagem é uma obra coreográfica com idealização e direção artística de Ana Paula Bouzas e Jussara Setenta. Em cena, as dançarinas Ana Brandão, Luana Fulô e Patricia Zarske dialogam em composições livres e formações diversas, representando cinco movimentos, que têm tudo a ver com Rita Lee. São eles: visualidade, feminilidade, ludicidade, criticidade e festividade.

“Nós percebemos que não daria para fazer um espetáculo de dança convencional. Ou seja, coreografado do início ao fim, com movimentos extensos. Então, pensamos em propor um trabalho de dança que incorporasse essa multiplicidade artística que Rita Lee traz. Mergulhamos no universo estético dela e criamos um mapa de referências, que foi utilizado para a cenografia, figurino, roteiro compositivo e para a composição da trilha”, explica Jussara Setenta.

Não é um musical biográfico

“Lá Vem Ela” começou a ser concebido em 2022, quando Rita Lee ainda estava viva. Nesse período, a equipe de produção entrou em contato com a assessoria jurídica da cantora para falar sobre o espetáculo e alinhar a permissão dos direitos de imagem e canções.

“Deixamos bem claro que nossa proposta não era fazer um musical. Nossa produção homenageia Rita Lee, mas de uma forma diferente, não estamos recriando a história dela, como acontece em outros espetáculos. Queremos reverenciar em dança a alegria, a liberdade, a rebeldia, o deboche, o humor, a sensualidade, a feminilidade, traços marcantes dessa musa paulistana interplanetária da MPB”, afirma Ana Paula Bouzas.

Além disso, o espetáculo tem a proposta de proporcionar uma experiência para plateia a cada dia. No palco, as três dançarinas se intercalam no solo da feminilidade a cada apresentação. No movimento da ludicidade, elas também fazem um papel diferente a cada performance.

O espetáculo estreou em 2023, em São Paulo. Em seguida, fez temporada em Salvador e Alagoinhas, na Bahia. Sendo sucesso de crítica e público em todos os locais.

Canções que embalam o espetáculo

A trilha sonora original de “Lá Vem Ela” é composta pelos músicos e compositores Jarbas Bittencourt e Ronei Jorge. O objetivo é criar um rico painel sonoro que serve como fundamento e, ao mesmo tempo, provocação à criação coreográfica em cada um dos cinco movimentos que compõem o espetáculo.

Entre as músicas citadas estão Agora é Moda (Rita Lee, Lee Marcucci), Miss Brasil 2000 (Rita Lee e Lee Marcucci), Mania de Você (Rita Lee e Roberto de Carvalho), Banho de Espuma (Rita Lee e Roberto de Carvalho), João Ninguém (Rita Lee e Roberto de Carvalho), Cor de Rosa Choque (Rita Lee e Roberto de Carvalho), Todas as Mulheres do Mundo (Rita Lee), Orra Meu (Rita Lee), entre muitas outras.

Sobre os movimentos

No processo de produção do espetáculo, Jussara Setenta e Ana Paula Bouzas criaram cinco movimentos para exemplificar, na narrativa, o trabalho dançante que contivesse a estética de Rita Lee. São eles:

Visualidade - focado no visual de Rita Lee, uma característica muito marcante da cantora;

Feminilidade - Esse enviesamento feminino dela, tão atual, mas que foi extremamente criticado durante muito tempo;

Ludicidade - A brincadeira com filhos e netos; as historinhas infantis; as piadas e brincadeiras que ela fazia nas entrevistas. A forma lúdica de Rita Lee lidar com o mundo;

Criticidade e Festividade - A forma como ela se posicionava aos acontecimentos do Brasil e do mundo, em suas letras e entrevistas, nas suas composições, nos livros que escrevia, até na própria autobiografia. Entendemos que um complementa o outro, porque tinha a criticidade, mas também tinha a festividade. Porque ao perguntarmos sobre Rita para as pessoas, ouvimos com muita frequência as palavras festa, alegria, dança. Sua criticidade era banhada de bom humor e muitas gargalhadas!