O pesquisador André Szklo, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), conquistou a medalha de prata na edição 2024 do Prêmio Marcos Moraes, destacando-se entre 88 autores de trabalhos de todo o Brasil. Stella Regina Martins, médica assistente da Seção de Hipertensão, Tabagismo e Nefrologia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, contribuiu com o estudo como segunda autora. Esta edição do prêmio registrou recorde de inscrições, com 60% de crescimento em relação ao ano anterior.
O estudo de Szklo abordou a "oportunidade perdida no atendimento primário na rede de Saúde", revelando que um percentual significativo de pacientes fumantes não recebeu orientações sobre como parar de fumar ou sobre os danos do tabagismo. De acordo com o levantamento, em 2019, os profissionais de saúde deixaram de oferecer aconselhamento a cerca de 10 milhões de fumantes, dos quais 7,5 milhões tiveram pelo menos uma consulta médica e 4,1 milhões, uma consulta odontológica. Embora a prevalência de tabagismo entre adultos no Brasil tenha diminuído de 18,2% em 2008 para 12,6% em 2019, ainda existem 20,5 milhões de fumantes no país, e o uso de tabaco é responsável por aproximadamente 174.000 mortes anuais, gerando custos de R$ 154 bilhões.
"Espero que esse reconhecimento alavanque este tema tão importante dentro e fora do INCA", declarou Szklo.
O Prêmio Marcos Moraes, iniciativa da Fundação do Câncer, reconhece ações inovadoras no controle do câncer, premiando instituições e profissionais que se destacam em áreas como promoção da saúde, prevenção do câncer e cuidados paliativos.