Com apenas 18 anos e cria de Xerém, Kauã Elias vem sendo titular no ataque do Fluminense. Ele assumiu a posição para suprir a ausência do artilheiro Germán Cano num período em que o argentino precisou se recuperar de lesão.
“Teve todo um processo para chegar aonde estou agora. Pude melhorar tecnicamente e também no físico. Sobre a titularidade, não levo como pressão, mas como uma forma de mostrar meu futebol e ajudar o time”, disse o Camisa 19 ao Portal Eu, Rio!
Na base do Fluminense, desde 2013, o mineiro de Uberlândia veio morar com a família no estado do Rio de Janeiro para tentar realizar o sonho de jogador de futebol. Ele estreou no profissional, em 2023, na partida contra o Strongest, em La Paz, pela Libertadores.
“Eu jogava numa escolinha em Minas. Sempre tem olheiro do Brasil inteiro. Tinha três testes para fazer: Internacional, Flamengo e Fluminense. Meu avô fala que o Espírito Santo falou pra ele que tinha que vir pro Fluminense. Treinei dois dias e fui aprovado. Depois disso minha família veio comigo para Xerém e começamos a jornada, muito difícil no começo. Mas é a realização de um sonho, jogar num time gigante como o Fluminense”.
Pela Libertadores, Kauã jogou seis vezes entre 2023 e 2024, mas não marcou gols nem deu assistência. No Carioca 2024, também passou em branco, atuando em quatro partidas. Já no Brasileirão, até agora foram 23 jogos, com cinco gols e duas assistências. Teve ainda três confrontos e um gol na Copa do Brasil. O atacante também passou por seleções nacionais na base, marcando nove gols em 12 jogos.
“A primeira convocação foi a que marcou mais, porque sempre tive o sonho de jogar na Seleção. Recebi a notícia voltando de carro para casa com meu pai e minha madrasta. Fiquei muito emocionado. Eu e meu pai choramos juntos”.
Desde que passou a integrar de forma permanente o elenco profissional do Fluminense, Kauã convive com ídolos que marcaram época na Seleção Brasileira principal e também foram Moleques de Xerém antes de conquistar o mundo jogando bola. Marcelo e Thiago Silva são, para ele, colegas de trabalho e fonte de inspiração.
“São dois profissionais excepcionais e temos que ficar lisonjeados de trabalhar ao lado deles. Tiro muito aprendizado: de comprometimento, de humildade, de técnica. Eles nos ajudam em tudo. Não só eu, como todo elenco. Sempre que posso fico perto para aprender ao máximo e escutar as histórias, para poder tirar proveito. O Thiago, como capitão, impõe segurança na defesa e o Marcelo também, com muita habilidade”.
A mescla entre os jogadores consagrados e as jovens promessas formadas no próprio clube vem sendo o alicerce do Fluminense por décadas. Um time que alcançou a Glória Eterna ano passado e, em 2024, luta para se manter na elite do futebol brasileiro.
“A gente tá fazendo etapa por etapa. Primeiro pensou em sair da zona de rebaixamento e agora quer se distanciar o máximo possível. Claro que, se for possível, a gente quer tentar vaga na Libertadores”.
E foi lutando para subir na tabela do classificação que ele fez o gol que considera o mais bonito na carreira, o da vitória de 2 a 0 contra o São Paulo, que o atacante limpou, trouxe para direita e mandou para as redes.
“Meu pai e avó estavam no estádio, indo pra casa. Falaram que foi um golaço. Todo mundo ficou feliz. Foi meu último gol”.
Depois disso, foi a vez de Germán Cano voltar a balançar as redes, diante do Athletico. No banco, Kauã Elias comemorou o gol e a vitória. Mas no futuro, gostaria de estar ao lado do argentino em campo.
“Feliz por ele voltar a marcar. Um atacante excepcional. É um ídolo do clube, temos um carinho enorme por ele. Fico feliz de trabalhar com o Germán Cano e, se puder jogar ao lado também, vou ficar muito honrado”, concluiu.
Kauã Elias está sendo observado pelo Real Sociedad, da Espanha. Inclusive deu entrevista recente ao jornal espanhol AS e confessou que jogar na Europa também é outro sonho a se realizar. Mas que o foco agora é o Fluminense e ele diz que, qualquer proposta ou sondagem, deixará nas mãos dos seus agentes que, segundo o centroavante, cuidam muito bem da sua carreira.