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Justiça expede novo mandado de prisão contra operador financeiro ligado ao Banco Paulista

Paulo Barreto – preso em Curitiba há um ano – intermediou operações de dólar cabo com os doleiros Juca Bala e Tony. Instituição importava reais em espécie do Paraguai

Por Portal Eu, Rio! em 24/05/2019 às 18:02:09

A pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, a Justiça expediu novo mandado de prisão contra o operador financeiro Paulo César Haenel Barreto, preso em Curitiba (PR) desde maio do ano passado. Apontado no sistema informatizado Bankdrop, utilizado pelos doleiros Juca Bala e Tony, como “BP” (Banco Paulista), ele realizou diversas operações ilícitas de compra e venda de dólares, tendo operado o valor total de US$ 3,8 milhões, entre 2011 e 2016.

Com a deflagração da Operação “Câmbio Desligo”, em maio do ano passado, com pedido de prisão formulado em face de 47 doleiros que atuavam em todo o país, revelou-se a realização de operações dólar-cabo nos mais diversos lugares do mundo, em uma verdadeira rede paralela para movimentação de ativos financeiros. Nesse grande esquema, Paulo Barreto operava para si e terceiros, agindo como um agenciador, e realizou diversas operações de compra e venda de dólares. De acordo com o MPF, ele teria lavado dinheiro por meio de contas em paraísos fiscais, que operava em conjunto com operadores financeiros do ex-governador Sérgio Cabral. Em investigação em curso em Curitiba, busca-se desvendar a atuação de Paulo, enquanto funcionário do Banco Paulista, na realização de contratos fictícios em nome do banco relacionados à pessoa jurídica Odebrecht. Já no Rio de Janeiro, investiga-se a atuação dele na dissimulação de capital próprio, envolvendo, inclusive familiares.

A investigação em curso no Rio de Janeiro tem como objetivo, ainda, aprofundar os achados do Banco Central (Bacen) relacionados a possíveis atos de lavagem de dinheiro praticados pelo Banco Paulista na importação de reais em espécie do Paraguai. A denominada “importação de moeda nacional” consiste no transporte físico de efetivo do Paraguai para o Brasil. Trata-se de operação legal e oficial, regulada pelo Banco Central, onde uma instituição estrangeira vende os reais recebidos no comércio local de volta a instituições financeiras do Brasil. Em contrapartida, recebe em banco no exterior, em dólares, pelos valores entregues em efetivo.

De acordo com o Banco Central, no entanto, foram encontradas disparidades entre os valores importados pelo Banco Paulista e aqueles que são produzidos em decorrência do comércio local, havendo suspeita de que a operação esteja sendo feita para lavagem de dinheiro. Ainda de acordo com o Bacen, um dos principais exportadores de reais seria o Banco Basa (antigo Banco Amambay) de propriedade de Horacio Cartes – ex-presidente do Paraguai e muito ligado a Dario Messer, apontado na Operação Câmbio Desligo como principal articulador do esquema.

Dólar-cabo depende de rede paralela ao sistema bancário, e exige contatos amplos para operações de compra e venda

A rede estruturada por Messer, Juca e Tony foi utilizada por, ao menos, outros 46 doleiros. As operações dólar-cabo são uma forma de movimentar recursos de forma paralela, sem passar pelo sistema bancário. Usualmente, agentes públicos corruptos compram dólares no exterior de empresas que necessitam comprar reais em espécie no Brasil para corromper outros agentes públicos. Para que a operação funcione, é preciso uma extensa rede de contatos para casar as operações de compra e venda, o que era intermediado por doleiros de Juca e Tony. A metodologia traz vantagens para os doleiros como os irmãos Chebar, que utilizaram esse esquema, pois eles conseguem realizar as operações de seus clientes sem qualquer contato com o dinheiro em espécie ou custódia de valores, o que reduz consideravelmente os seus riscos.

Fonte: ASCOM MPF RJ

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