A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio hormonal e a principal causa de alterações menstruais e de disfunção ovariana entre as mulheres e que tem como consequência um aumento na dificuldade de gravidez, afetando 20% das mulheres durante a fase reprodutiva. A doença ocorre pela alta produção de testosterona (androgênios)
De acordo com a ginecologista e especialista em reprodução humana, Dra. Maria do Carmo Borges de Souza, durante os anos reprodutivos, além da dificuldade de engravidar pela frequente diminuição dos ciclos ovulatórios, os ovários mostram-se cheios de pequenos folículos, (mais de 10-12 em cada ovário) condição que caracteriza a situação de ovários policísticos ou microcísticos. "Esta alteração pode ainda aumentar as possibilidades de
Segundo a especialista, esse problema ocorre porque as mulheres que possuem a doença são frequentemente insulino-
O tratamento é baseado na mudança do estilo de vida, a mulher precisa de uma dieta saudável, com ordenamento das refeições e prática de atividades físicas, principalmente quando apresenta aumento de peso. Pela relação alterada entre os níveis da glicose sanguínea e da insulina, a intervenção medicamentosa mais conhecida é a utilização de substâncias denominadas “sensibilizadoras da insulina”, que visam reverter este quadro, permitindo a normalização das taxas de insulina, acompanhada da regularização dos ciclos menstruais, melhora das condições da pele, melhora das condições de peso (60 a 70% apresentam alterações de peso) e restabelecimento da fertilidade, entre outros aspectos.
De acordo com a Dra. Maria do Carmo, os medicamentos mais usados para tratar o distúrbio são as chamadas biguanidas, das quais a mais conhecida é a Metformina, bastante usada no tratamento do diabetes tipo 2. "Uma paciente de SOP e com hiperinsulinemia
O uso da metformina pode causar náuseas, diarreia, perda de apetite, gosto metálico na boca, entre outros, que por vezes dificultam o início do tratamento ou sua manutenção. "Quando há gravidez, a metformina é considerada um remédio de Categoria B, isto é, não tem efeitos teratogênicos (causador de malformações) demonstrados, pode ser usado com cautela no 1º trimestre de uma gravidez e, a partir daí seu uso merece uma avaliação mais cuidadosa de risco/benefícios", relata a Dra. Maria do Carmo.
Nos últimos anos a literatura médica especializada tem introduzido o uso de "inositóis" no tratamento da Síndrome do Ovário Policístico. Como novos agentes “sensibilizadores de insulina” o mio-inositol tem se mostrado capaz de interferir positivamente em todos os parâmetros metabólicos da hiperinsulinemia e do hiperandrogenismo, sem os efeitos indesejáveis da metformina e sem preocupações quanto ao seu uso em grávidas, restabelecendo entre 3 a 6 meses a regularidade dos ciclos, a ovulação e a qualidade dos óvulos em ciclos de fertilização in vitro. "É uma nova perspectiva, vez que se tratam de vitaminas do complexo B, atuando diretamente junto à insulina ao ativar mecanismo que permite a absorção da glicose pela célula", conclui a especialista.