Visto por mais de 20 mil espectadores nos palcos do país, o monólogo musical “Meu caro amigo”, com a premiada atriz Kelzy Ecard, volta ao cartaz depois de 15 anos de sua estreia. Com direção de Joana Lebreiro e texto de Felipe Barenco, o espetáculo, que reestreia nesta segunda-feira (20) no Teatro Firjan Sesi Centro, revisita a história do país a partir de uma tocante homenagem ao compositor Chico Buarque de Hollanda. A peça ficou cinco anos em cartaz, viajou pelo país, sempre com sessões lotadas, encontro de gerações, e resposta afetuosa do público. A nova temporada segue até 25 de fevereiro, com sessões sempre às segundas e terças-feiras, às 19h.
O autor Felipe Barenco, a diretora Joana Lebreiro e a atriz e idealizadora Kelzy Ecard decidiram remontar ao espetáculo ao perceberem a atualidade da trajetória de Norma Aparecida, uma professora de história, apaixonada pelo Chico Buarque, que decide fazer um show para declarar todo seu amor ao ídolo . A encenação brinca com a alternância de músicas em suas versões originais e outras cantadas ao vivo. Mais de 30 clássicos, como “A banda”, “Apesar de você” e “Samba do Grande Amor”, estão na trilha sonora. O repertório cantado ao vivo por Kelzy Ecard é acompanhado pelo pianista João Bittencourt.
"Sou muito fã do Chico, desde a adolescência. Ele foi – e é – trilha sonora de vários momentos da minha vida. Outro dia me peguei chorando vendo alguns vídeos dele e de outros artistas, por causa da beleza e grandiosidade da sua obra. Foi lindo o trabalho que fizemos de trazer a peça pros dias de hoje. Afinal, 15 anos se passaram pra nós, era inevitável ter outro olhar sobre o espetáculo”, comemora Kelzy Ecard.
Na trama, Norma viveu as grandes transformações do país de forma intensa e apaixonada: a infância e adolescência em plena ditadura militar, a luta pela redemocratização com os colegas de faculdade e uma inesquecível história de amor no desbunde dos anos 80 com as Diretas Já. E mesmo nos momentos mais difíceis, com uma relação familiar conturbada após o falecimento de sua mãe, Norma nunca se sentiu completamente sozinha: era como se Chico Buarque de Hollanda adivinhasse todos os seus sentimentos e criasse as músicas pensando nela. Agora, aos 60 anos, ela decide realizar um sonho acalentado desde menina: homenagear seu ídolo e cantar a trilha sonora de sua vida.
“Sempre foi marcante para a gente ver as pessoas voltando ao teatro trazendo outras – muitas vezes pessoas da família, de outras gerações. Isso é algo que me encanta no teatro, espetáculos que toquem em temas de memória coletiva e que promovam encontro de gerações. Esta volta é uma celebração à força e afetuosidade deste espetáculo. Percebemos que a peça continua muito impactante – algumas cenas referentes à época da ditadura continuam completamente atuais. São reflexões políticas e sociais que a gente se faz até hoje”, comenta a diretora Joana Lebreiro.
Apesar da atualidade do texto, o autor Felipe Barenco acrescentou algumas cenas que remetem à história mais recente do país. A vida de Norma é contada de 1966 a 2016. “Após 15 anos da estreia e por tudo que vivemos no país, politicamente falando de lá para cá, o espetáculo ganhou uma atualidade absurda. Tive a oportunidade de rever o texto com mais maturidade e acredito que o espetáculo retorna ainda mais forte e com toda a afetuosidade que conquistou o público. Todos os conflitos são apresentados pelo filtro familiar. Em tempos de tanto ódio, é uma peça que fala de amor”, acrescenta Felipe.
Serviço:
Temporada: de 20 de janeiro a 25 de fevereiro de 2025
Teatro Firjan SESI CENTRO: Avenida Graça Aranha, 1 – Rio de Janeiro
Telefone: 2563-4168 e 2563-4163
Dias e horários: segunda e terça, às 19h
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada).
Duração: 1h20
Lotação: 338 lugares
Classificação: 12 anos
Venda de ingressos: Sympla (https://bileto.sympla.com.br/event/101291/d/292428) e na bilheteria do teatro. Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 12h às 19h. Sábados, domingos e feriados, 2h antes do evento.