Completando seis anos do trágico incêndio que destruiu o Museu Nacional, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) divulgaram um manifesto conjunto reafirmando seu apoio à recuperação da histórica instituição. O documento, assinado pelos presidentes das entidades, reforça o compromisso com a cultura, a arte e o patrimônio científico nacional, destacando a importância de acelerar as obras de reconstrução e restaurar o edifício e o acervo ao país.
“O Museu Nacional, tragicamente destruído pelo fogo, precisa ser restaurado, pois representa para o Rio e para o Brasil a nossa capacidade de olhar a evolução civilizatória da humanidade como referência para o amanhã que queremos ter. Não cuidar ou preservar a nossa memória é abrir mão de nossa história. É obrigação de todos os brasileiros – governos, empresários e cidadãos – resgatar nossa evolução natural com a reconstrução do Museu Nacional,” ressaltou o presidente da ACRJ, Josier Vilar.
O Manifesto
No texto, Firjan e ACRJ relembram a tragédia que ocorreu há seis anos e que devastou o Museu Nacional, levando consigo itens de valor inestimável, como o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil, a coleção egípcia iniciada por Dom Pedro I e peças greco-romanas da Imperatriz Teresa Cristina. A destruição não atingiu apenas objetos históricos, mas um centro essencial de produção e disseminação de conhecimento.
As entidades clamam por um esforço conjunto entre os governos, instituições empresariais e sociedade civil para garantir a continuidade das obras e a recuperação do espaço. Segundo o manifesto, "é preciso devolver ao Rio de Janeiro e ao Brasil o símbolo maior do compromisso nacional com a história natural da evolução da humanidade e do processo civilizatório em nosso país”.
Firjan e ACRJ destacam o papel central do Museu Nacional na educação e na ciência brasileira, além de seu impacto na economia e no turismo. Antes do incêndio, o museu recebia milhares de visitantes por ano, sendo um dos principais destinos culturais do Rio de Janeiro. Sua reconstrução é vista como uma oportunidade de preservar a memória nacional e de estimular o desenvolvimento socioeconômico.
"Clamamos a todos que é preciso garantir a continuidade das obras e da recuperação desse rico patrimônio, que engrandece a civilização brasileira," afirmam as entidades no documento.
De acordo com o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, "este manifesto é importante porque demonstra clareza no caminho a seguir, sinalizando que estamos na direção certa. Além disso, serve como um estímulo a todos os envolvidos no trabalho de restauração do Museu Nacional.”.
O manifesto representa um chamado à mobilização. Ao se unirem a outras instâncias governamentais e entidades representativas, Firjan e ACRJ reforçam a necessidade de priorizar a recuperação do Museu Nacional como um projeto estratégico para o Brasil. Eles também convidam empresários a se unirem a essa causa e a contribuírem financeiramente para a reconstrução.
O papel da prefeitura é também fundamental nessa reconstrução, garantindo apoio institucional e financeiro para o projeto. A atuação da prefeitura não apenas fortalece o esforço coletivo, mas também demonstra o comprometimento do governo municipal com a cultura e a preservação do patrimônio histórico. Então deixamos a pergunta: “E aí, Eduardo Paes? E a prefeitura, nada?”.
O Museu Nacional: memória e identidade
Fundado em 1818, o Museu Nacional é a mais antiga instituição científica do país e abrigava um acervo de mais de 20 milhões de itens, considerado um dos mais relevantes do mundo. Entre os destaques estavam fósseis, peças arqueológicas, documentos históricos e coleções raras. O incêndio de 2018 destruiu cerca de 85% do acervo e comprometeu seriamente a estrutura do edifício histórico localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Desde então, as obras de recuperação têm avançado gradativamente, com apoio de instituições públicas e privadas.
O manifesto da Firjan e da ACRJ não é apenas um apelo, mas uma convocação para que o país se una em torno da reconstrução do Museu Nacional. A preservação da memória e do conhecimento depende da união de esforços, garantindo que futuras gerações tenham acesso a esse valioso legado cultural.