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"4Play - Apesar de Tudo" explora reencontro, recomeços e a busca por novos sentidos

Atores partem da crise de afetos do mundo contemporâneo para falar sobre propósito

Por Portal Eu, Rio! em 09/04/2025 às 20:48:23
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Foto: Divulgação/Marcelo Villas Boas

O que pode acontecer quando uma aluna e seu ex-professor se reencontram após 20 anos, ambos enfrentando a necessidade de compreender a impermanência e a finitude que permeiam a vida? A questão é respondida em “4Play - Apesar de tudo”, espetáculo idealizado pelos atores Carol Godoy e Rafa Steinhauser tendo como ponto de partida o livro “A Agonia de Eros”, do filósofo coreano Byung-Chul Han, que explora a crise dos afetos em tempos neoliberais. Sob direção de Munir Kanaan, a montagem aporta no Rio de Janeiro para uma curtíssima temporada na Sede da Cia dos Atores nos dias 15, 16, 22 e 23 de abril, em sessões duplas às 18h30 e 21h. Além das apresentações, o projeto também inclui uma programação paralela com palestra e oficina, ambas gratuitas, com o diretor e dramaturgo Rui Xavier.

A obra traz o reencontro dos atores, que estiveram juntos na montagem de “Vênus Ex Libris”, livremente inspirado em “A Vênus das Peles”, de Sacher-Masoch. Desta vez, a cena reflete sobre como as novas tecnologias de escolha e a lógica da positividade e da uniformidade de consumo vêm excluindo a negatividade e as diferenças – elementos fundamentais para uma experiência autêntica de encontro com o outro. Durante a pandemia de Covid-19, o livro de Byung-Chul Han ressoou com novos significados para os atores, motivando uma série de encontros virtuais e trocas de textos autorais com teor autobiográfico. Nesta incursão espontânea pela escrita, eles encontraram uma forma de refletir sobre a vida, revisitando memórias pessoais e compartilhando seus medos e dúvidas diante do momento de incertezas e transformações coletivas que o mundo atravessava.

“O espetáculo é uma reflexão lúdica sobre as crises da vida, como lidamos com elas, como o outro pode nos dar um espelho sobre nós mesmos e nos ajudar a compreender melhor as nossas dores e opções de vida. A peça é um caminho artístico para compartilhar nossas crises, dúvidas, incertezas, limitações, vontades, intuições, motivações… Durante a nossa temporada em São Paulo muita gente nos disse que se viu refletida nas personagens, que passaram por situações parecidas, por desafios e angústias similares, se identificaram e acharam uma forma de lidar com essas sombras. Tomara que no Rio a peça também chegue a tocar o público dessa forma”, torce Rafa Steinhauser.

Em uma instalação cênica que remete a um apartamento, a trama acompanha Ana Beatriz, uma mulher de 40 anos que retorna à sua cidade natal em meio a uma profunda crise de meia-idade, após o fracasso de um projeto profissional importante. Nesse retorno, ela reencontra Ricardo, seu ex-professor universitário, uma figura crucial em sua vida, a quem não via há duas décadas. Prestes a completar 65 anos, ele também vive um momento delicado, marcado pelo fim de um ciclo importante. Em um cenário de reflexões e ressignificações, ambos compartilham os últimos acontecimentos de suas vidas, seus fracassos e perdas, e divagam sobre o futuro e o desejo de recomeçar.

"Queríamos criar uma narrativa que fosse ao mesmo tempo íntima e capaz de gerar identificação, tocando em temas universais como a passagem do tempo, a finitude e nossos eternos recomeços", explica Carol. "Eu e Rafa começamos a escrever sobre assuntos que nos eram caros, como histórias que revelam a ambição como uma pulsão que nos lança em direção ao mundo e ao lugar que desejamos habitar, e a busca por manter a alegria através das coisas com as quais precisamos nos conectar, para seguir em movimento apesar das adversidades. Em meio à terrível crise sanitária causada pela Covid-19, refletir sobre nossas formas de conexão com a vida tornou-se fundamental, diante (e apesar) de tudo o que estava acontecendo no mundo e do que ainda está por vir. Pensar sobre a importância dos encontros, do pertencimento, da identidade, da presença e da consciência da alteridade foi tanto um estímulo pessoal quanto uma provocação artística para levantar as histórias e situações que constituem a dramaturgia", conclui a atriz.

Munir integrou o projeto nos últimos meses e foi ele quem provocou os atores, por meio de improvisações gravadas e transcritas, a refletirem sobre a relação deles próprios com os temas que surgiram durante o processo. "Eles emprestaram algumas histórias e olhares pessoais, que se manifestam na forma de um encontro intergeracional entre dois amigos que não se viam há mais de 20 anos. Organizei esse material de forma a criar uma narrativa, acrescentando textos e um pano de fundo que vai sendo revelado aos poucos durante a peça, optando por um teatro do absurdo. É por meio de uma ponte que une os dois no presente que eles vão se questionar e, juntos, buscar novos propósitos e razões para seguir em frente", explica o diretor.

PROGRAMAÇÃO PARALELA

Além das apresentações, o projeto também oferece duas atividades à parte, voltada para estudantes de teatro e interessados: uma palestra sobre dramaturgia e uma oficina de atuação com o diretor e dramaturgo Rui Xavier, que acontecem na Escolinha de Arte do Brasil, em Botafogo.

Na palestra "Maneiras de ler, escrever e compreender um texto teatral", o dramaturgo, ator e diretor Rui Xavier compartilha com os alunos sua pesquisa dramatúrgica, oferecendo a eles os parâmetros de uma técnica dramatúrgica. Experimentado, nos primeiros textos da sua carreira, com formas mais “pós-dramáticas”, Rui se dedica agora à pesquisa do cânone dramático mais estrito, bastante inspirada pela leitura do livro “Para Trás e Para Frente”, de David Ball, um excelente manual de leitura de um texto dramático que usa o Hamlet, de Shakespeare como modelo de investigação. É isso que ele compartilha com o público de sua palestra.

Já na oficina de interpretação "Texto, corpo e subtexto", Rui oferece práticas que reúnem sua experiência com o texto, o corpo e a palavra. Ele realiza com os participantes exercícios voltados à percepção de como a ‘palavra-pensamento-ação’ do texto teatral deve contaminar a ação física do ator, para o melhor aproveitamento possível, em cena, das proposições da dramaturgia. Tal repertório foi desenvolvido ao longo da sua prática como ator, diretor e dramaturgo, e tem como base sua experiência com Eve Doe Bruce (Theatre du Soleil), Antunes Filho (CPT), Rodolfo Garcia Vasquez (Os Satyros) e como estudante de dança contemporânea.

Para se inscrever, interessados podem se inscrever pelo formulário abaixo: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeYcIakbowV7MyTUuBWq2iHCW1CJaGKzDNvDOhImz0bbDrrsw/viewform

SERVIÇO:

Apresentações: 15, 16, 22 e 23 de abril de 2025

Horário: 18h30 e 21h (duas sessões por dia)

Ingressos: R$ 20 (meia-entrada) / R$ 40 (inteira)

Local: Sede da Cia dos Atores

Endereço: Escadaria Selarón - Rua Manuel Carneiro, 12 – Lapa

Classificação Indicativa: 14 anos

Duração: 60 minutos

Gênero: Drama Absurdo

Instagram: @corporastreado

PALESTRA

“Maneiras de Ler, de Escrever e Compreender um Texto Teatral”, com Rui Xavier

Data: 21 de abril (2ª feira)

Horário: 18h às 20h

Onde: Atelier 1 / Escolinha de Arte do Brasil

Endereço: Rua Carlos Peixoto, 54 – Botafogo (em frente ao shopping Rio Sul)

Inscrições pelo formulário: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeYcIakbowV7MyTUuBWq2iHCW1CJaGKzDNvDOhImz0bbDrrsw/viewform

ENTRADA GRATUITA

OFICINA

“Texto, Corpo, Subtexto”, com Rui Xavier

Data: 22 e 23 de abril (3ª e 4ª feira)

Horário: 17h às 21h

Onde: Sala Multiuso / Escolinha de Arte do Brasil

Endereço: Rua Carlos Peixoto, 54 – Botafogo (em frente ao shopping Rio Sul)

Inscrições pelo formulário: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeYcIakbowV7MyTUuBWq2iHCW1CJaGKzDNvDOhImz0bbDrrsw/viewform

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