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Defensoria do Rio exige júri popular para policiais envolvidos na morte de João Pedro, de 14 anos

Cinco anos após morte do adolescente durante operação policial no Complexo do Salgueiro, família segue esperando por justiça

Por Portal Eu, Rio! em 20/05/2025 às 10:54:10
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Foto: Reprodução Rede Social

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) vai à Justiça, nesta terça-feira (20), solicitar que os réus responsáveis pela morte do jovem João Pedro Mattos Pinto sejam levados a júri popular. Os réus — os policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister — foram absolvidos em julho de 2024 pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ).

A morte de João Pedro completou 5 anos no último domingo (18). O adolescente, que na época tinha 14 anos, foi baleado e morto durante uma operação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Civil, realizada no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Segundo as investigações, o tiro de fuzil que matou João Pedro pelas costas partiu da arma de um policial. A casa do tio dele, onde ele brincava com outras crianças, ficou com mais de 70 marcas de tiros.

Para a Defensoria, que atua no caso junto ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) como assistente da vítima, o júri popular é um desejo da família e uma chance para o Judiciário reconhecer que uma injustiça foi cometida.

— Ter um filho morto dentro de casa, após ser atingido por dezenas de tiros, é uma dor inimaginável. Por isso, este julgamento é profundamente simbólico. Ele se torna uma referência para o Judiciário, para o Estado brasileiro e para toda a sociedade, ao mostrar que erros graves, injustiças e delitos cometidos contra crianças pobres e periféricas precisam, sim, de uma reparação efetiva — ressaltou o defensor público Pedro Carriello, responsável pelo caso.

Além do pedido para que os réus sejam levados a júri, a Defensoria também participou, em março deste ano, do julgamento da ação indenizatória para a família. Na ocasião, a DPRJ pleiteou o aumento do valor da indenização fixada na primeira instância, que estabeleceu o pagamento de 200 mil reais para cada um dos pais. Também foi requerido um tratamento multidisciplinar de saúde mental e o fornecimento de medicamentos para os pais do adolescente, um pedido formal de desculpas do Estado e a criação de um memorial em homenagem à vítima. No entanto, o julgamento foi adiado, sem nova data.

Cinco anos após a morte de João Pedro, a família continua lutando para que a justiça seja feita. Para Neilton Pinto, pai do adolescente, a expectativa é de que o julgamento desta terça-feira tenha um desfecho positivo.

— Parece que foi ontem. A saudade, a dor, continuam as mesmas. Estamos aí, em luta por justiça. É meio complicado, essa justiça do nosso país, mas não vamos desistir. Que os réus respondam severamente, de acordo com a justiça da lei — declarou.

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