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Pesquisa revela que mais de 700 mil jovens ficaram sem escola em 2018

Professores mal remunerados e condições ruins são desafios para a Educação no Brasil, revela estudo

Por Cláudio Rangel em 25/06/2019 às 10:10:00

Foto: Sumaia Vilela/Agência Brasil

Em 2018, o Brasil tinha 787 mil jovens entre 15 e 17 anos fora da escola. Os dados são do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019, uma parceria entre o movimento Todos Pela Educação e a Editora Moderna, foram coletados por especialistas educacionais que analisam o resultado das ações vinculadas às 20 metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

Apesar dos números, o Anuário mostra que cai o número de jovens fora da escola. Em 2012, 39% estavam fora das salas de aula do Ensino Médio. No ano passado, o percentual caiu para 32,3%.

A desigualdade social também é apontada no Anuário como um desafio. Entre os jovens de 15 a 17 anos e de pele branca, 75,3% estavam matriculados no Ensino Médio. Na mesma faixa etária, 63,6% dos jovens de pele negra cursavam o Ensino Médio. Uma diferença de 11,7%.

Remuneração dos professores

O Anuário 2019 aponta os desafios para a Educação. Um deles é a remuneração do professor. O rendimento médio dos professores da Educação Básica em 2018 foi de R$ 3.823,00. O valor é 69,8% da média de ganho de um profissional de nível superior (R$5.447,05).

Outro problema é a falta de professores em determinadas áreas. Aulas de Matemática são ministradas por docentes de outras matérias. O número de professores permanece inalterado desde 2012.

Investimentos em Educação

Em relação ao investimento em Educação, o estudo aponta desigualdade entre municípios. No Rio Grande do Sul, por exemplo, um município chegou a destinar cerca de R$ 19,5 mil por aluno em 2015. Já no Maranhão, outro município destinava apenas R$ 2,9 mil para a formação de cada aluno. O estado de São Paulo recebe a maior parcela de recursos vinculados à Educação por aluno – R$ 6,5 mil. Na lanterna, Maranhão fica com apenas R$ 3,5 mil.

Para Olavo Nogueira Filho, diretor de Políticas Educacionais do Todo Pela Educação, o Brasil precisa melhorar:

“Apesar dos dados mais recentes ainda estarem longe do patamar educacional que o Brasil precisa para garantir um desenvolvimento social e econômico duradouro, o Anuário mostra que houve avanços importantes nas últimas décadas. Mas é preciso manter o senso de urgência, pois a fotografia dos resultados educacionais ainda é crítica e dados como este, sobre a desigualdade nas condições de financiamento das redes, mostram que discussões atualmente em curso, como a do Fundeb, são centrais”, explica.

Para o diretor de Relações Institucionais da Editora Moderna, Luciano Monteiro, o Anuário permite uma visão analítica do cenário educacional no Brasil:

“O Anuário tem o propósito de oferecer a gestores, legisladores e pesquisadores, um conjunto organizado de diagnósticos e análises que podem apoiar a formulação de políticas educacionais”, afirma.

O lançamento oficial do Anuário Brasileiro de Educação Básica 2019 será na sede do Todos Pela Educação, dia 2 de julho, em São Paulo.

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